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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Com a presença de atletas, governo federal lança Plano Brasil Medalhas

 

Presidente Dilma Rousseff e ministro Aldo Rebelo anunciam investimento
de R$ 1 bilhão para desenvolver o esporte no país para os Jogos de 2016

Por Fabrício Marques Brasília

A presidente Dilma Rousseff e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, anunciaram, nesta quinta-feira, em Brasília, o Plano Brasil Medalhas 2016, que tem como objetivo desenvolver o esporte olímpico e paralímpico no país, buscando um melhor desempenho dos atletas brasileiros nos Jogos do Rio de Janeiro. A previsão é de que R$ 1 bilhão sejam investidos por meio do plano no próximo ciclo olímpico. Recursos que serão somados a outros R$ 1,5 bilhão que já eram previstos pelo governo em investimentos para o esporte no período, totalizando R$ 2,5 bilhões nos próximos quatro anos.

Dilma, lançamento do Plano Brasil Medalhas 2016 (Foto: Agência Reuters)Nadador paralímpico Daniel Dias exibe suas medalhas de ouro para a presidente Dilma (Foto: Reuters)

- Como sede dos Jogos (Olimpíadas de 2016), é muito justo que as nossas ambições sejam ainda maiores em termos de vitórias e de medalhas. Mas querer, esperar e ambicionar, ainda que sejam sentimentos e posturas absolutamente essenciais, não garantem por si só as conquistas. Nós temos que acrescentar o verbo fazer. E para isso, é óbvio que o esforço individual, a superação, a capacidade de vocês (atletas) tem que receber também o suporte e o apoio do governo, do Estado e da sociedade brasileira - disse a presidente Dilma em discurso dirigido aos mais de 50 atletas olímpicos e paralímpicos presentes no Palácio do Planalto.

- É muito importante esse investimento e dá tranquilidade para desenvolver o trabalho. Nas Olimpíadas do Rio, o Brasil tem todas as chances de conquistar mais medalhas. Eu mesmo adoro competir dentro de casa porque o apoio da torcida é bem grande - celebrou a judoca Mayra Aguiar, medalha de bronze até 78 kg em Londres 2012.

Mesmo sentimento do maior atleta paralímpico da história do país, o nadador Daniel Dias, que foi homenageado na cerimônia e disse acreditar que o Brasil tem todas as condições de alcançar um excelente desempenho em 2016.

- É o momento de agradecer todo apoio e por acreditar no atleta paralímpico. Tudo que o atleta precisa é de incentivo. E nós estamos vendo por esse programa, que o governo está disposto a incentivar. Tivemos uma ótima participação nas Paralimpíadas de Pequim-2008 e Londres-2012 e confio em resultados melhores no futuro.

Dilma, lançamento do Plano Brasil Medalhas 2016 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)Dilma conversa com Nuzman, com Aldo Rebelo ao lado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

Novas metas

Juntamente com o anúncio dos investimentos, o governo divulgou metas ambiciosas de conquistas para os Jogos Olímpicos do Rio.

- Projetamos o Brasil entre os 10 primeiros colocados nos Jogos Olímpicos e entre os cinco primeiros colocados nos Jogos Paralímpicos - afirmou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que não quis determinar se a meta é para o quadro de conquistas totais de medalhas ou de conquistas de ouro.

- Eu sempre vejo as duas tabelas - esquivou-se Aldo.

Nas Olimpíadas de Londres, o Brasil alcançou o seu maior número de medalhas em uma única edição dos Jogos, com 17 conquistas (3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze). Resultado que colocou o país na 14ª colocação na classificação do total de medalhas. No entanto, se levado em conta o quadro mais comum, com peso maior para as medalhas de ouro, o Brasil cai para a 22ª posição.

- Eu acho que cobrança é natural. A meta do governo é a mesma que o COB colocou, de ficar entre os 10 primeiros no total de medalhas - disse o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.

Já nas Paralimpíadas, o Brasil conquistou 43 medalhas em Londres (21 de ouro, 14 de prata e 8 de bronze). No quadro do total de medalhas, o país ficou na 9ª colocação, mas na classificação pelas medalhas de ouro, foi o 7º.

Dilma, lançamento do Plano Brasil Medalhas 2016 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

 

Dilma é abraçada pelos atletas durante a cerimônia
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

O plano

Depois de reuniões com federações e confederações, o governo federal selecionou para participar do plano Brasil Medalhas 21 modalidades olímpicas e 15 paralímpicas em que o Brasil tem mais chances de conquistas nos Jogos de 2016. Os investimentos nessas modalidades serão divididos em duas vertentes: R$ 690 milhões destinados a projetos de apoio aos atletas e R$ 310 milhões para a construção de centros de treinamentos. Cerca de 70% dos recursos virão do Orçamento Geral da União (OGU) e o restante será arrecadado por meio de investimentos de empresas públicas.

Entre as inciativas voltadas para os atletas está o programa pódio,que inclui duas novas categorias de bolsas a atletas de alto rendimento: o Bolsa-Pódio, com benefícios de até R$ 15 mil mensais; e o Bolsa-Técnico, com benefícios de até R$ 10 mil mensais. Poderão participar do programa atletas de modalidades individuais que, entre outros critérios, estejam entre os 20 melhores no ranking mundial. O programa também prevê bolsas de até R$ 20 mil para compra de equipamentos, até R$ 5 mil para contratação de especialistas (como nutricionistas e psicólogos), além do apoio para treinamentos e competições no exterior.

- Temos casos de atletas que não seguram na classificação porque muitas vezes não tem uma passagem para competir. Eu acho que isso nós precisamos resolver - disse o ministro Aldo.

Além dos investimentos nos atletas, o plano Brasil Medalhas também pretende reformar e construir 21 centros treinamentos para esportes olímpicos espalhados por todo o país e um centro integrado para esportes paralímpicos, que deverá ficar no estado de São Paulo.

- Esse centro paralímpico vai ser de alto rendimento e naquilo que o atleta paralímpico tem de especificidade. Mas em vários esportes, como no remo, o olímpico e o paralímpico poderão dividir o mesmo centro de treinamentos, até porque são administrados pela mesma confederação. Por isso optamos por concentrar em apenas um centro específico para os paralímpicos - explicou o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parson.

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