Em reunião sem Jair Bolsonaro e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), 26 governadores redigiram uma carta em que se reafirma a necessidade de coordenação nacional no combate ao coronavírus
25 de março de 2020, 19:26 h Atualizado em 25 de março de 2020, 20:47 (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Os governadores redigiram uma carta pela qual apelam ao Congresso Nacional e a ministros do governo para que tomem a frente na condução da crise, uma vez que Bolsonaro “menospreza os efeitos da pandemia” e “dá sinais trocados, confundindo os brasileiros”, nas palavras do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, em entrevista à CBN.
Questionado se haveria expectativa de ter retorno do governo federal nesse sentido, ele respondeu: “Não dá para ter essa expectativa, por isso estamos pedindo colaboração dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, para que dialogue com o governo federal, uma vez que é ele que tem os principais instrumentos de enfrentar a crise econômica, saúde e social”.
Em coletiva concedida logo após a reunião (assista abaixo), Maia criticou duramente a proposta de Bolsonaro em pronunciamento nesta terça. “Como é que alguém pode falar em isolamento vertical se até hoje não apresentou uma proposta de contingenciamento para os idosos brasileiros mais pobres? Fico pensando em como é que o governo pode falar de um assunto sabendo que nós temos milhares de idosos nas comunidades do Rio de Janeiro, que São Paulo tem 7 milhões de pessoas acima de 60 anos, muitas delas, certamente, de baixa renda, e até hoje a gente não viu do governo qual é a política para isolar os idosos”.
“Já que você quer uma política vertical, então se é para ser vertical você não pode tirar de uma comunidade uma parte para trabalhar e voltar para o mesmo ambiente de 30 ou 40 metros quadrados. O que estamos esperando do governo, já falei até com o ministro Onyx e mandei uma proposta que veio do Democratas, é criar um protocolo para que a gente possa isolar esses idosos”, declarou ainda o presidente da Câmara.
“A partir do momento que o governo tiver uma política séria, responsável, olhando com um olhar de mais cuidado, de mais urgência para esses idosos que vivem nas comunidades e construir uma solução de isolamento para essas pessoas, distantes daqueles que vão sair da comunidade para trabalhar, certamente que você tem condição de liberar os mais jovens. Pedir uma liberação vertical sem a gente ter feito uma operação de guerra para proteger os idosos que vivem em várias comunidades em todos os estados me parece uma decisão focada em algo que não está sendo bem elaborado e bem construído e que não há uma preocupação com esses brasileiros que vivem em ambientes pequenos com muitos parentes”, completou Maia.
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