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domingo, 24 de novembro de 2013

Juiz escolhido por Barbosa é filho de dirigente tucano

 

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O plenipotenciário presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, já decidiu: vai tirar das mãos do juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Ademar Vasconcelos, a condução das prisões da Ação Penal 470, para entregar o caso ao substituto Bruno Ribeiro. O problema: Bruno é filho de Raimundo Ribeiro (foto), ex-deputado distrital pelo PSDB, dirigente tucano no Distrito Federal e apresentador de um programa, o Tribuna Livre, onde, regularmente, ataca os réus da Ação Penal 470; presidente do STF parece decidido a matar ou morrer

24 de Novembro de 2013 às 09:29

Brasília 247 - Aos poucos, Joaquim Barbosa se converte em dono do Poder Judiciário no Brasil. Neste fim de semana, a revista Veja o retrata como sinônimo da própria lei (leia aqui). E ele, animado com esta condição de plenipotenciário da Justiça, avança cada vez mais o sinal. Reportagem de ontem do jornal Estado de S. Paulo informa que Barbosa decidiu substituir o juiz titular da Vara de Execuções do Distrito Federal, Ademar de Vasconcelos, por considerá-lo benevolente com os presos (leia aqui).

É exatamente aí que começa o problema. Barbosa quer trocar Vasconcelos pelo juiz substituto Bruno Ribeiro, que, na sua visão, seria mais rígido. Há, no entanto, uma ligação política que torna essa troca ainda mais polêmica. Bruno Ribeiro é filho de Raimundo Ribeiro, dirigente do PSDB no Distrito Federal, ex-deputado distrital e apresentador do programa Tribuna Livre, onde um de seus esportes prediletos era justamente atacar os réus da Ação Penal 470. Caso se torne efetivamente o juiz responsável pelos casos de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, Bruno Ribeiro será questionado sobre o caráter de suas decisões: se técnicas, ou políticas.

Curiosamente, foi para ele que, no dia 15 de novembro, Joaquim Barbosa mandou as ordens de prisão. Bruno Ribeiro estava de férias e isso fez com que réus condenados ao regime semiaberto ficassem mais tempo presos em regime fechado.

Essa ilegalidade, em tese, poderia ensejar um pedido de impeachment do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal, segundo afirma o jurista Claudio Lembo, de perfil conservador. "Nunca houve impeachment de um presidente do STF. Mas pode haver, está na Constituição. Bases legais, há. Foi constrangedor, um linchamento. O poder judiciário não pode ser instrumento de vendetta", diz ele (leia mais aqui).

Um manifesto assinado pelos juristas Celso Bandeira de Mello e Dalmo de Abreu Dallari também condena as arbitrariedades do presidente Joaquim Barbosa e pede que os demais ministros reajam para que o STF não se torne refém de seu presidente (leia aqui).

Barbosa, no entanto, parece decidido a jogar uma guerra de vida ou morte. E a troca de um juiz em Brasília pode ser mais um passo nessa luta.

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