DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO
Em seu pronunciamento mais contundente desde a prisão de ex-dirigentes petistas pelo mensalão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (21) que o PT deve respeitar decisões judiciais, mas fez uma crítica indireta ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, e afirmou que a resposta da sigla deve ser a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.
Ele discursou por pouco mais de meia hora durante encontro de prefeitos e vice-prefeitos petistas em Santo André, no ABC paulista. O evento tinha como objetivo promover a pré-candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo do Estado, mas a detenção do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares também foi tema das intervenções.
Lula afirmou que o partido é alvo de ataques "por conta do nosso sucesso, do ódio disseminado contra nós" e defendeu respeito à história dos petistas presos.
"Hoje nós temos companheiros condenados. Temos sentença dada. A pena de cada companheiro está determinada já. Mas o que não pode é tentar tripudiar em cima da condenação das pessoas, sem respeitar o histórico das pessoas e a lei. Tem uma lei, tem uma decisão e o que nós queremos é que a decisão seja cumprida tal como ela foi determinada, e não pela vontade de alguém", disse o ex-presidente.
Os 11 condenados do mensalão que já estão presos tiveram os mandados de prisão expedidos na sexta-feira passada (15) pelo ministro Joaquim Barbosa. Dirceu, Genoino e Delúbio passaram os primeiros dias recolhidos em regime fechado, embora as penas das quais eles não podem mais recorrer permitam o cumprimento em regime semiaberto.
Lula defendeu punição a quem tiver culpa comprovada, mas disse acreditar que as sanções só são aplicadas a integrantes do PT.
"Nosso lema é o seguinte: para nós, todo e qualquer cidadão deve ser inocente até prova em contrário. Na hora que provar, puna quem quer que seja, seja meu parente ou meu adversário. A lei é para todos. Isso vale para nós, isso vale para eles. Agora, a lei parece que só vale para o PT", declarou.
Ele disse que o PT precisa "ter coragem" de fazer o debate político "no momento certo", que afirmou ser a campanha eleitoral de 2014.
"A resposta que a gente vai dar para eles é garantir o segundo mandato da companheira Dilma Rousseff. E se em algum momento faltar argumento para dizer por que que a Dilma tem que ter um segundo mandato, vocês falam: 'porque o Lula foi melhor no seu segundo mandato, e ela vai ser melhor no segundo mandato'", concluiu o petista.
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