Fonte: O Mossoroense
As possíveis respostas para o questionamento que ilustra o título dessa matéria são várias. Mas, do ponto de vista da psicologia, a explicação é uma só: as mulheres, principalmente as casadas, traem pelos mesmos motivos que os homens, ou seja, a necessidade de encontrar em uma outra pessoa a satisfação sexual que não encontra com seu parceiro.
"No sentido íntimo, a traição se justifica através do complexo de Édipo não resolvido, ou seja, devido às relações parentais formadas na infância, a pessoa enxerga em seu parceiro não um homem, mas sim um pai, e por isso não consegue viver uma relação sexual plena", explica a psicóloga Ana Katarina.
A psicóloga diz que todas as outras justificativas para a traição não se aplicam em casos onde exista uma relação de amor construída, sacramentada pelo casamento. “Não é pela falta de romantismo, de atenção, até porque as mulheres podem se separar e encontrar um novo companheiro”.
O que elas buscam é o sexo sem culpa, que não se realiza com o marido. Mas a culpa é do marido? Não. “O problema é que a mulher transfere para seu companheiro a figura do pai”, reitera Ana Katarina.
Em casos onde a relação ainda está sendo construído, o complexo de Édipo não justifica a traição. "No namoro, o amor, a amizade e o sexo estão ainda estão sendo testados, como também a capacidade de perdoar. A relação está se iniciando e as mulheres traem por diversos motivos, seja para se vingar, se auto afirmar sexualmente, porque é transgressor, porque não ama, porque não encontrou a pessoa ideal", destaca a psicóloga.
A fonoaudióloga Patrícia* (profissão e identidade fictícias, pois a entrevistada preferiu não se expor) já traiu e hoje se arrepende.
"Foi só um momento, estava com raiva da pessoa, insegura, revoltada, mas acho ridículo, não é legal. Hoje eu tenho esse controle, já tive vontade, mas não faço porque respeito. Já que escolhi ficar com uma pessoa, tenho que arcar com as consequências", desabafa.
Patrícia namorava há alguns meses, quando descobriu que seu parceiro a traía.
Após a descoberta, ela também o traiu e o namoro chegou ao fim. "Na época, me senti uma palhaça e decidi que não ia considerá-lo. Não traí por sofrimento, mas por raiva", diz.
Hoje, a fonoaudióloga vive uma relação estável, que já dura cinco anos. "Tenho uma visão diferente atualmente. Escolhi dividir a vida com meu namorado e espero dele também uma conduta de respeito", conclui.
Casada há alguns meses, a fisioterapeuta Letícia* (que preferiu omitir seu nome e profissão) também foi infiel ao seu namorado, mas em um contexto diferente do de Patrícia.
Letícia namorava há alguns anos, quando conheceu um jovem pela internet. Após meses de conversas virtuais os dois decidiram se encontrar, e a traição ocorreu de forma espontânea. "Foi um momento de fraqueza, estava carente, encontrei uma pessoa interessante e aconteceu. Mas ninguém trai por trair. Se isso acontece dentro de um relacionamento é porque alguma coisa está errada, e a curiosidade leva você a buscar uma outra pessoa", conta.
A fisioterapeuta disse que era dominada por um sentimento de culpa após as traições. "Era bom no momento, a sensação do perigo é excitante, mas depois eu pensava: Meu Deus, não era para eu ter feito isso!", diz, acrescentando ainda: "São muitos motivos que levam uma pessoa a trair, mas nenhum justificável.
“Hoje minha visão mudou, tenho outras prioridades” finaliza.
SITE ESPECIALIZADO EM TRAIÇÃO É LANÇADO NO BRASIL
No último dia 11 de julho, os brasileiros ganharam uma nova ferramenta para facilitar a infidelidade. Foi lançado no país o site Ohhtel, que tem sua base nos Estados Unidos, e é apresentado como "o melhor lugar do Brasil para ter um caso discreto".
Uma semana após ter sido lançado, o site de relacionamentos para infiéis atingiu 63.317 usuários. Durante sua primeira semana nos Estados Unidos – país com maior população e mais internautas - foram 10.993 cadastrados. Na Argentina, 30.114 se cadastraram nos primeiros sete dias. No Chile, foram 17.017.
Os gerenciados do site no Brasil afirmam que a ferramenta é uma alternativa ao divórcio. Para a psicóloga Ana Katarina, é coerente. "O propósito do site é coerente, uma vez que ao trair as pessoas procuram uma satisfação sexual e não afetiva", frisa.
Dr. Lima
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