Uma campanha de valorização dos professores foi lançada, no dia 12 de abril, pelo movimento “Todos pela Educação”. De lá para cá, a mobilização nas redes sociais tem aumentado e até a imprensa está comentando o tema.
A importância da campanha é primordial, num momento em que não dá pra esconder o sucateamento da educação brasileira. Os cursos superiores de licenciamento estão se esvaziando, porque não há motivação para que as pessoas estudem para serem professores, com a perspectiva sombria de salários baixos, escolas sem manutenção e sem equipamentos, falta de valorização enfim, por parte do poder público e até da sociedade.
O slogan da campanha é “Um bom professor, um bom começo”. Excelente slogan, o retrato da mais pura verdade, mas nos remete a uma pergunta mais intrigante: o professor não foi aluno dessa mesma escola ruim que estamos tentando melhorar? Para ser um bom professor, ele não deveria ter tido um bom começo?
Para vir a se formar um bom professor, o estudante precisa ter um ótimo ensino fundamental, um bom ensino médio, um bom ensino superior. Se não tiver isso, se a qualidade do ensino obtida por ele no decorrer da sua formação não for boa, como poderá ser um bom professor? Porque o professor é fruto, é resultado da educação que o país oferece. E a educação que o Brasil oferece é boa o suficiente para termos bons, eficientes e competentes profissionais?
Há um desrespeito crescente para com os educadores e para com os estudantes. Não são dadas condições decentes para o desempenho da profissão de professor, nem condições condizentes para o estudante aprender, se formar.
O comando do país mudou (mudou?), o comando dos Estados também, na última virada de ano. O que estão fazendo a presidente e os governadores para melhorar a educação que fingimos não ver que está se encaminhando para a falência total?
Recentemente anunciou-se mudanças no Ensino Médio. Mudanças que não garantem melhorias, infelizmente parecem mais uma desobrigação do governo para com a sua responsabilidade de garantir qualidade para o ensino de segundo grau.
Esperemos que eles botem a mão na consciência, tomem conhecimento da campanha e se unam a todos os brasileiros no sentido de resgatar o ensino de qualidade, para que tenhamos, daqui para a frente, estudantes mais aptos a se formarem bons profissionais. Não só na área da educação, onde são tão necessários, sem que tiremos a importância e o valor de tantos professores dedicados e abnegados atuando por esse Brasil afora, mas em toda e qualquer área.
Por Antônio Carlos Amorim
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