– 8 de abril de 2013Publicado em: Judiciário, Notícias, PT
Os irmãos Cid e Ciro Gomes
O Deputado Eudes Xavier (PT-CE) apresentou na tribuna da Câmara Federal no dia 4 de abril um pedido às autoridades de apuração de denúncias de expedientes que possam estar sendo utilizados pelo governador do Ceará, Cid Gomes e seu irmão e ex-ministro Ciro Gomes, contra um adversário político local.
Segundo as denúncias, os irmãos teriam o apoio de agentes públicos para contratarem a empresa Kroll, sediada nos Estados Unidos, para espionar Roberto Pessoa (PR), ex-prefeito de Maracanaú, cidade da região metropolitana de Fortaleza, bem como teriam tentado influenciar em processo judicial contra ele.
As informações constam de supostas mensagens trocadas por e-mail entre os Ferreira Gomes e seus subordinados, que tratariam da interveniência da Secretaria da Segurança Pública, na qual Ciro Gomes tem atuado “informalmente” e que foram dadas ao conhecimento do parlamentar petista.
Segundo Eudes Xavier, se confirmadas as denúncias, “não se trata apenas de uma briga política entre dois homens públicos, mas de uso despudorado da máquina do Estado e de grave violação do Estado Democrático de Direito”, afirma.
O pronunciamento do deputado cearense caiu como uma bomba no cenário político local e nacional. No dia seguinte, o próprio governador em pessoa compareceu à Assembleia Legislativa do Ceará para prestar os “esclarecimentos” que julgou procedentes, atacar o deputado federal Eudes Xavier e receber as loas de sua numerosa e submissa base parlamentar.
Por meio da oratória e da encenação dramática da mais alta autoridade do estado, durante as horas seguidas que ocupou a tribuna daquela Casa, conclui-se que o episódio compõe uma mirabolante conspiração de seus inimigos políticos, tese engolida acriticamente pela imprensa oficialesca, que lhe é, como sempre, servil.
A situação, portanto, é de crise na relação entre figuras públicas de partidos aliados no estado e nacionalmente. Embora se pretenda caracterizar como uma “crise institucional” generalizada do governo do Ceará, causada pela “briga política” encetada por um setor da oposição. Ao mesmo tempo, também se busca distrair a opinião pública e minimizar o conteúdo das denúncias, a pretexto de que o deputado é tão somente uma voz dissonante isolada e instrumentalizada por interesses ocultos e contrariados.
Neste momento, a postura correta que dirigentes do PT deveriam ter adotado seria a de cautela e equilíbrio frente à necessária apuração das denúncias e dos fatos. Lamentavelmente não foi esta a posição de dirigentes e parlamentares do PT no Ceará, que se apressam em fazer a defesa incondicional do aliado governador e subordinados.
Eudes Xavier é um militante histórico e um quadro sério e íntegro do partido e tem abrilhantado a bancada com sua atuação incansável pela ampliação das conquistas da classe trabalhadora brasileira e, ao mesmo tempo, pela lealdade aos princípios que movem as lutas sociais, das quais o PT é parte indissociável.
É inadmissível que se pretenda simplesmente desqualificá-lo, para com isso salvar a pele de uma gestão estadual cujo comando pode estar, no mínimo, exorbitando em suas atribuições em cargos públicos e usando do Estado de forma patrimonialista.
É mais inadmissível ainda que de vozes de seu próprio partido partam tentativas de intimidação e silenciamento, sem sequer se preocuparem em pedir o aprofundamento das investigações.
A Articulação de Esquerda, tendência interna do PT no Ceará, se manifesta em solidariedade ao deputado federal Eudes Xavier por estar cumprindo com dignidade o papel fiscalizador que um parlamentar não pode deixar de desempenhar.
Papel honrado de um mandato que o povo do Ceará concedeu por meio do voto e cujo mandato deve prosseguir, mais atuante do que nunca.
Direção Estadual da Articulação de Esquerda – Ceará
Fortaleza, 8 de abril de 2013
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