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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Opositores e seguidores de Mubarak entram em choque no Cairo

Manifestantes da oposição e seguidores de Mubarak não atenderam ao pedido do Exército para restaurar a normalidade no Egito e acabaram entrando em choque na manhã desta quarta-feira, 02, (início da tarde no horário local) quando os dois grupos realizavam atos na Praça Tahrir, na capital. O confronto deixou dezenas de feridos, segundo testemunhas. Os dois lados estão armados com pedaços de pau.

Mesmo após o Hosni Mubarak anunciar, na noite de terça-feira, que não concorrerá a um novo mandato nas eleições de setembro, pondo fim a 30 anos de poder, um grande número de manifestantes ligados à oposição continuou nas ruas do Cairo, exigindo que o ditador abandone a liderança do Egito imediatamente.

Manifestações a favor do presidente, que já haviam sido vistas na terça, parecem ter ganhado força, embora reúnam um número bem menor se comparado aos protestos contra o governo. Pelo menos 1.500 estavam na Praça Tahrir. Segundo a al-Jazeera, os manifestantes pró-governo usam roupas civis e coletes à prova de bala.

A oposição acusa policiais à paisana de se infiltrar no protesto na praça Tharir.

"O PND (Partido Nacional Democrata) pró-Mubarak e a polícia secreta vestida à paisana invadiram a praça para acabar com o protesto", afirmou o manifestante Mohammed Zomor, de 63 anos.

Partidários de Mubarak romperam um cordão da oposição na praça, ponto principal das manifestações anti-Mubarak que atraíram centenas de milhares de pessoas no dia anterior. Quando os seguidores de Mubarak rasgaram cartazes que denunciavam o líder do governo se deu o confronto físico. Os dois grupos lançaram pedras.

Imagens da CNN mostraram manifestantes a cavalo cruzando uma multidão de oposicionistas. Dois deles foram derrubados e agredidos violentamente. Camelos também estão sendo usados para abrir caminho entre a massa de manifestantes.

Já os líderes da oposição, incluindo o Nobel da Paz Mohamed ElBaradei e o grupo radical Irmandade Muçulmana, afirmam que só negociam depois que Mubarak abandonar o poder. No discurso de terça-feira, entretanto, o ditador disse que o seu governo sobreviverá até setembro, mas que encaminhará a transição de forma pacífica.

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