As vendas de veículos no Brasil em 2011 devem bater novo recorde, com expansão de 5,2 por cento sobre este ano, para 3,63 milhões de unidades, conforme previsão divulgada nesta segunda-feira pela Anfavea, associação que representa as montadoras no país.
O forte crescimento da economia e a abundante oferta de crédito têm impulsionado a comercialização de carros no país.
A Anfavea também revisou para cima suas projeções para 2010, ao apresentar o desempenho da indústria automotiva referente a novembro. Para este ano, a Anfavea estima agora alta de 9,8 por cento nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado interno, para 3,45 milhões de unidades. O alvo anterior era de expansão de 8,2 por cento.
A produção em 2011 deve avançar em ritmo menor, com crescimento de 1,1 por cento, chegando a 3,68 milhões de veículos, depois da alta de 14,4 por cento neste ano, para 3,64 milhões de unidades.
O descompasso entre o aumento das vendas e da produção é explicado pela queda à frente no volume para as exportações pela indústria, em unidades. A Anfavea calcula vendas externas de 730 mil veículos em 2011, número 6,4 por cento menor que o projetado para este ano, de 780 mil unidades.
Em receita, porém, as exportações devem crescer 2,3 por cento no próximo ano, para 13,1 bilhões de dólares.
Para 2010, a Anfavea prevê agora exportações de 12,8 bilhões de dólares, contra os 12,4 bilhões de dólares esperados antes, o que representa expansão de 54 por cento sobre 2009.
CRÉDITO
No final da semana passada, o Banco Central anunciou medidas para enxugar a liquidez da economia e evitar o surgimento de bolhas, em um momento de inflação em alta. O governo elevou o compulsório sobre depósitos à vista e a prazo, reduzindo os recursos que os bancos têm disponíveis para emprestar, e tornou mais caro para as instituições oferecer crédito de longo prazo às pessoas físicas
"Consideramos a medida (do BC) transitória para o equilíbrio da economia... Não deve impactar nem dezembro nem os números (da indústria automotiva) do ano que vem. É uma medida de controle da inflação, dá pra ter esse crescimento que projetamos com isso", disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, que também preside o grupo Fiat na América Latina, em entrevista coletiva.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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