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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Lula critica silêncio sobre pressões contra WikiLeaks


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estranhou ao não ver na mídia nenhum protesto diante do cerceamento à liberdade de expressão representado pela prisão de Julian Assange, criador do site WikiLeaks. Assange está preso após ter revelado, na internet,mais de 250 mil documentos da diplomacia norte-americana, entre eles os que expõem ações de espionagem e opiniões negativas sobre países e lideranças mundiais, inclusive aliados, expressadas pelos embaixadores dos Estados Unidos.

“O rapaz que estava `desembaraçando` a diplomacia americana foi preso e não estou vendo nenhum protesto contra (a ameaça) à liberdade de expressão”, observou. “Não tem nada (na mídia) contra a liberdade de expressão de um rapaz que estava colocando a nu um trabalho menor que alguns embaixadores fizeram”, disse o presidente nesta quinta-feira, ao discursar na reunião de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Procura-se vivo ou morto” - Lula comentou que o WikiLeaks conta com a sua solidariedade e brincou que o Blog do Planalto pode colocar na rede o primeiro protesto contra o atentado à liberdade de expressão que significa a prisão de Assange.“E aí aparece o tal do WikiLeaks, desnuda a diplomacia, que parecia inatingível, parecia a mais certa do mundo, e aí começa uma busca. E eu não sei se colocaram cartaz como no tempo do faroeste, assim: procura-se vivo ou morto, e prenderam o rapaz e eu não vi um voto de protesto”, cobrou. Lula argumentou que “o rapaz (Assange) estava colocando (na internet) apenas o que ele leu e, se ele leu, foi por que alguém escreveu, logo, o culpado é quem escreveu”.

“Passa em branco” - Ele adiantou que irá sugerir à presidente eleita, Dilma Rousseff, para prestar atenção ao tráfego de informações de diplomatas brasileiros. “Não sei se meus embaixadores passam esses telegramas, mas a Dilma tem que saber e falar pro seu ministro: se [o diplomata] não tiver o que escrever, não escreve bobagem, passa em branco a mensagem”.

Durante o discurso, Lula se dirigiu à imprensa brasileira afirmando que, quando faz críticas, está apenas “alertando” da mesma forma que ele gosta que a imprensa faça alertas ao governo.

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