O jornalista Ranier Bragon observa que o ministro da Justiça, ex-juiz Sérgio Moro, que foi alçado à pasta com o status de “superministro indemissível”, irá falar nesta terça-feira (2) à Câmara “debaixo de uma das suspeitas mais embaraçosas para um juiz, a da parcialidade. E escorado politicamente, como nunca, no presidente da República e em seu grupo mais radicalizado”
2 de julho de 2019, 10:12 h
247 - O jornalista Ranier Bragon observa que o ministro da Justiça, ex-juiz Sérgio Moro, que foi alçado à pasta com o status de “superministro indemissível”, irá falar nesta terça-feira (2) à Câmara “debaixo de uma das suspeitas mais embaraçosas para um juiz, a da parcialidade. E escorado politicamente, como nunca, no presidente da República e em seu grupo mais radicalizado”.
“Não é preciso citar Constituição, Lei da Magistratura, julgados históricos, a premissa básica da função de um juiz é a imparcialidade. Poupo o leitor da óbvia comparação ao soprador de apito no futebol. Moro e procuradores da Lava Jato adotaram, após um primeiro desencontro, a mesma postura diversionista de muitos que se sentaram diante do então xerife da Lava Jato”, diz Bragon em referência à troca de mensagens que revelam o direcionamento da Lava Jato, como revelado pelo site The Intercept.
“Não houvesse nada de mais ali, Moro não teria passado pelo vexame de ser levado de terno e gravata, pela mão do chefe, a um estádio de futebol, nem teria se associado, no domingo, à extrema direita da intolerância, do preconceito, do ufanismo abobalhado, do fanatismo, que prega contra as instituições, o saber, a fraternidade, a civilização. "Eu vejo, eu ouço", digitou nas redes sociais o ex-juiz, tal um semideus que desperta ante ao alarido dos mortais”, afirma.
“Após o constante processo de amesquinhamento pelo qual passa desde que abandonou a toga, Moro vê, ouve e, agora, dá de vez as mãos ao que há de pior no bolsonarismo. A essa altura, resta-lhe outra opção?”, questiona o jornalista.
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