247 - A Polícia Federal concluiu e entregou na tarde desta segunda-feira 26 ao Supremo Tribunal Federal o relatório sobre as relações de Michel Temer com a JBS.
A PF constatou que Temer incentivou pagamentos ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a fim de comprar seu silêncio no âmbito da Operação Lava Jato, e que por isso atuou para obstruir investigações.
O incentivo ocorreu durante uma conversa com Joesley Batista, dono da JBS, no Palácio do Jaburu, cuja gravação foi entregue pelo empresário à PF. A perícia oficial do áudio concluiu que não houve edições.
Segundo a PF, Temer atuou "por embaraçar investigação de infração penal praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a manutenção de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha, pelo empresário Joesley Batista, ao tempo que deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção da Magistratura Federal e do Ministério Público que lhe fora narrado pelo mesmo empresário".
O documento da Polícia Federal diz ainda que Temer deixou de comunicar as autoridades sobre suposta corrupção de membros do Judiciário e do Ministério Público. Na mesma conversa, Temer foi informado que Joesley 'comprou' um procurador da República para obter informações de um processo contra a J&F, acionista da JBS. O empresário disse ainda a Temer que "deu conta" de um juiz e "uma segurada" em outro.
No relatório preliminar, a PF já havia apontado a prática do crime de corrupção passiva por Temer, em sua relação com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que recebeu, a pedido de Temer, uma mala com R$ 500 mil da JBS.
O documento também conclui que o ex-ministro e um dos principais assessores de Temer, Geddel Vieira Lima, também cometeu crime por ter manifestado interesse em manter pagamentos a Lúcio Funaro, que está preso e é apontado na Lava Jato como operador de propinas de Cunha.
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