Brasil 247 - O corte orçamentário de 44% no orçamento da Polícia Federal (PF) – que chega a quase R$ 500 milhões - determinado pelo governo Michel Temer, fará a corporação suspender a realização de grandes operações de combate à corrupção, inclusive novos desdobramentos da Lava Jato. Nesta terça-feira (27), a PF já havia anunciado a suspensão da emissão de passaportes por falta de recursos.
"Em agosto param operações, para tudo. Não tem dinheiro para fazer mais nada, disse um delegado ao jornal O Globo em referência ao custo de passagens aéreas, combustível e diárias para os policiais que participam destas ações.
Para um outro delegado ouvido pelo Brasil 247, "o corte de verbas para a PF é o verdadeiro corte na autonomia da instituição, uma vez que vc paralisa praticamente a maioria das principais operações em andamento", destacou.
Para este delegado, independentemente da posição política ou do resultado das investigações, o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o que mais concedeu "autonomia" à instituição, além de ter sido reequipada e melhorado o efetivo. "No governo Dilma Rousseff houve uma queda no orçamento, mas nada que comprometesse as ações da PF. Agora, no governo Temer, a situação está muito complicada", avaliou.
No ano passado, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMSB-RR), foi grampeado pela PF em uma conversa afirmando ser necessário "estancar a sangria da Lava-Jato". Neste ano, por meio de uma ação controlada, agentes federais filmaram o ex-assessor especial da Presidência e homem de confiança de Temer, Rodrigo Rocha Loures, carregando uma mala com R$ 500 mil em propinas pagas pelo grupo JBS. Nesta segunda, Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República pelo crime de corrupção passiva.
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