O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na última sexta-feira, em Buenos Aires, nada menos que oito títulos de doutor honoris causa de universidades argentinas, em cerimônia realizada no Senado do país vizinho. Agora, já passam de 40 os reconhecimentos globais pela atuação dele no governo brasileiro.
Na noite de quinta, Lula participou, junto com a presidenta argentina Cristina Kirchner, da inauguração da Universidade Metropolitana para a Educação e o Trabalho (UMET). A universidade foi criada pelo sindicato de trabalhadores em prédios e condomínios da Argentina.
Durante ato de inauguração da universidade sindical, Lula apoiou a colega na guerra contra o jornal Clarín. "Podem vir todos os jornais, todos os canais de televisão que quiserem que não poderão negar o apoio que este governo tem", disse Lula. "Setores concentrados não entendem o que aconteceu no Brasil na última década, assim como nunca entenderam o que aconteceu na Argentina entre os anos 40 e 50 e não entendem o que está acontecendo agora", completou.
Lula também mirou na imprensa brasileira. "Eu pensei que quando eu deixasse o governo no Brasil, a nossa imprensa fosse parar de falar mal de mim, hoje fala mal de mim e da Dilma. Às vezes eu tenho a impressão de que a imprensa está exilada dentro do nosso país, está isolada. Quando nos criticam, dizem que é democracia, e quando nós criticamos, dizem que estão sendo atacados", comparou.
Honraria - Com os reconhecimentos das escolas argentinas, Lula terá acumulado, dois anos depois de ter deixado o poder no Brasil, nada menos que 40 títulos internacionais . O último deles foi entregue em Nova York, pelo International Crisis Group, um think thank americano, que concedeu a Lula o prêmio Em Busca da Paz. Logo após ter deixado a presidência, Lula foi apontado pelo historiador Eric Hobsbawn como "o mais importante líder político do século 20".
Ainda nos EUA, Lula ganhou, em 2011, o World Food Prize, criado pelo prêmio Nobel da Paz de 1970 Norman Bourlaug para destacar chefes de Estado que combateram a fome. Em 25 anos de entregas desse prêmio, Lula foi o primeiro ex-dirigente nacional a recebê-lo.
O acúmulo de honrarias a Lula dão estofo, para muitos, para a candidatura dele próprio ao Prêmio Nobel da Paz. Designado pela Academia da Suécia, o título mais prestigiado corre, ao longo de cada ano, em sigilo absoluto, sem que os potenciais candidatos saibam que estão concorrendo.
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