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- Publicado em Domingo, 19 Maio 2013 11:17
- Escrito por Jussara Seixas
Nairobi, no Quênia, será a sede da feira Brazil in Eastern Africa Expo 2013 Foto: Jonathan Stonehouse
De olho num mercado emergente que cresce 7% ao ano, um grupo de 50 empresários brasileiros embarca, no fim de julho, para Nairóbi, capital do Quênia. Eles irão participar da segunda edição da Brazil in Eastern Africa EXPO 2013, uma feira multissetorial realizada de 24 a 26 de julho e que tem como objetivo fomentar a presença brasileira no Leste africano. “Os empresários brasileiros ainda enxergam a África como um continente cheio de problemas.
Com a EXPO, pretendemos desmistificar essa ideia e mostrar o tamanho das oportunidades que existem por aqui”, afirma o gaúcho Marcos Brandalise, diretor-presidente da BrazAfric, empresa idealizadora e organizadora do evento. Formado pelos países Quênia, Burundi, Uganda, Ruanda, Tanzânia, Moçambique e Etiópia, o Leste da África registrou crescimento médio de 6,8% em 2011 – expansão maior que a média do continente, que foi de 4,2% no mesmo período. Há mais de 20 anos vivendo no continente africano, Brandalise testemunhou momentos bastante distintos da história do continente. Na década de 90, presenciou algumas das grandes crises humanitárias do mundo. A partir de 1996, quando abriu sua própria empresa, a Brazafric, para vender produtos e representar empresas brasileiras no Leste da África, passou a usufruir do boom de crescimento econômico do continente que sempre foi sinônimo de miséria e de compartilhar, junto com os africanos, a esperança de um futuro melhor. Brandalise esteve no Instituto recentemente e convidou o ex-Presidente Lula para proferir uma conferência para empresários africanos e brasileiros. Leia a seguir uma entrevista com o empresário. Qual é o público-alvo da Brazil in Eastern Africa EXPO 2013? Brandalise: São empresas de pequeno e médio porte que estejam se internacionalizando e querem conhecer ou fazer negócios no continente africano. Cerca de 70% do espaço disponível já está ocupado por companhias dos setores de máquinas, móveis, alimentos e logística. Algumas empresas e entidades confirmadas são a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a fabricante de calçados Grendene, a Lorenzetti, que produz chuveiros e artigos para banho, e a Schulz, que atua nos setores automotivo e de compressores. Essa já é a segunda edição do evento. O interesse das empresas brasileiras pela África do Leste aumentou? Sim. Na primeira edição, realizada em março de 2011 no Kenyatta International Conference Centre, mais de 25 empresas brasileiras garantiram seu espaço no evento. Dessa vez, tivemos que dobrar o tamanho da área. Mas reitero que os brasileiros ainda pensam muito pouco no continente africano e, quando o fazem, estão sempre olhando para Angola, Moçambique e África do Sul. A África do Leste tem tudo para se tornar uma das máquinas de desenvolvimento da continente e queremos que o Brasil participe deste processo. A feira destina-se apenas a empresas? Entidades privadas e governamentais engajadas em aumentar as relações comerciais entre o Brasil e os países africanos – como a Apex, Embrapa, a ABC, a FIESP e a Abimaq – também estarão na Brazil in Eastern Africa EXPO. Elas desempenham um papel importante para dar respaldo a empresas de menor porte que desejam se internacionalizar. Além das rodadas de negócios, a expo terá, também, atrações culturais e esportivas e um ciclo de conferências, cujos temas principais são agrobusiness, moradia e finanças. Queremos levar experiências brasileiras que tiveram sucesso no Brasil e que podem ser implementadas na África, como o agronegócio e as moradias populares. Dentre os palestrantes, estão confirmados os representantes do BNDES e da Embrapa. Conte um pouco da BrazAfric. A empresa foi fundada em 1996 em Nairóbi, onde eu vivo com minha família. Percebi que havia pouca variedade de quase todos os tipos de produtos nas prateleiras e que havia uma boa oportunidade de negócio se eu começasse a buscar empresas brasileiras interessadas em levar seus produtos ao Leste da África. Comecei a representar algumas empresas do setor agrícola e hoje existem 15 marcas sob o guarda-chuva da BrazAfric, dentre elas a Kepler Weber (armazenamento de grãos), Pinhalense (equipamento de processamento de café) e Lorenzetti (chuveiros e artigos para banho). Hoje, temos 130 funcionários e estamos presentes em sete países – Quênia, Burundi, Moçambique, Etiópia, Uganda, Ruanda e Tanzânia. Mais informações: www.brazileastafricaexpo.com
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