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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Falta guilhotina no Brasil, afirma Alckmin

 

De acordo com o governador, se o povo soubesse tudo o que se passa contra ele, não haveria Bastilha para cortar a cabeça de tanta gente

Da Carta Capital. Por Redação — publicado 09/05/2013 11:22

 

Governador Geraldo Alckmin lança em SP o Plano Estadual de Fomento à Transparência Paulista

Observado por Márcio Elias Rosa, chefe do Ministério Público em SP, o governador tucano diz que, se povo soubesse da corrupção, "ia faltar guilhotina para cortar a cabeça de tanta gente". Foto: Governo do Estado de São Paulo

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“O povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele. Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”. A declaração, proferida na quarta-feira 8, não é de nenhum líder rebelde a conclamar a multidão para a luta, mas sim do quase sempre comedido governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).

Foi durante o lançamento de um programa para auxilia prefeituras a disponibilizar informações públicas em seus portais que o tucano manifestou seu lado Robespierre, o líder radical da Revolução Francesa. "O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador”, disse, em tom de desabafo, diante de uma plateia que contava com autoridades como o chefe do Ministério Público de São Paulo, Márcio Elias Rosa, e o corregedor-geral da Administração do Estado, Gustavo Ungaro.

Parte da bronca, segundo o jornal Folha de S.Paulo, foi direcionada ao próprio programa lançado no evento. Na avaliação de Alckmin, as fundações do governo estadual que receberam dinheiro para desenvolver o sistema “não deviam cobrar nada” das prefeituras. “Isso é obrigação”, disse.

Ainda de acordo com o governador, há no País uma “grande combinação” que impede o exercício da transparência pública. “Salários, ninguém põe na internet, porque o sindicato pediu liminar.”

Alckmin encerrou o discurso dizendo que a situação é resultado da própria morosidade da Justiça. "A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: ‘na hora que for para Justiça vai resolver'. Vai levar 20 anos."

As declarações ficaram de fora da nota publicada sobre o evento no portal oficial do governo do estado. O site se limitou a noticiar que, até o momento, 357 municípios paulistas demonstraram interesse pelo sistema.

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