Cruz. Junho de 1981. Logo após concluir o curso de Engenharia Agronômica pela respeitada instituição federal, Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM, eu comecei a luta por uma vaga no mercado de trabalho. Oportunidades não faltaram, mas barreiras também. Como todo recém-formado ainda não tem experiência profissional, por isto não é aceito no mercado de trabalho. Sempre fomos eliminados em todos os processos de seleção que apareceram. Neste período, recebi uma grande ajuda do Empresário de transporte coletivo de Mossoró, professor Belmont que contribuiu para minha habilitação como motorista colocando a sua empresa de transportes à minha disposição para pratica de direção. Outros amigos também contribuíram colocando seus veículos a minha disposição para aulas praticas de direção. Certo dia, eu recebi uma ligação do ex-diretor da ESAM Dr. Vingt-um Rosado pedindo o meu comparecimento em sua residência. Ao atender o convite, fui informado de que se tratava de uma vaga para Engenheiro Agrônomo trabalhar em Projetos de Reflorestamento no Município de Acaraú, mais precisamente na M. Machado Florestal Ltda. em Caiçara, atualmente Município de Cruz.
Compareci ao escritório da empresa, na Rua Pe. Cicero em Fortaleza, juntamente com um Técnico Agrícola que desistiu da proposta de emprego. Após a entrevista que fiz com o Dr. Deusdete Alves, acertamos a viagem para o dia 10 de junho quando cheguei à Caiçara, após pernoitar em Fortaleza no Hotel Amuarama. Chegamos por volta do meio dia. Passamos por Cruz onde fiz o primeiro contato com o empresário João Apoliano de Freitas, proprietário do Posto Freitas fornecedor de combustível para a M. Machado Florestal Ltda. Trabalhei nesta empresa por 22 meses, na implantação de projetos de reflorestamento com cajueiro. Nesta época, conheci o topografo de Sobral, Vicente Alcântara, que muito contribuiu para o desenvolvimento de meus trabalhos na empresa e nos tornamos grandes amigos. Em seguida, fui para a EMASA e Faz. Altinho do mesmo Grupo Machado. Retornei para Caiçara onde morei até 1985 quando Cruz emancipou-se de Acaraú, então eu mudei a residência para Cruz. Aqui, exerci atividades comerciais, coordenei time de futebol, participei da vida política, fui candidato a vereador, fundei associações, prestei diversos serviços voluntários à comunidade e ao município, construir um vasto ciclo de amizades pela região. Neste período, passei por muitas dificuldades e tinha uma vida de isolamento. Na região não tinha estradas, telefone, postos de saúde, todos os doentes eram levados para Acaraú, a 50 km de distância. O telefone mais próximo estava em Bela Cruz à 40 km, mas tinha como missão, lutar pelo progresso do município, representar a cultura, os costumes e as tradições do meu estado, seguindo a máxima do grande estadista Dix-Huit Rosado “Quem não faz um pouco mais pela sua terra, não fará jamais nada pela terra de ninguém”.
Sempre norteei minha vida inspirado nos grandes compatriotas, Câmara Cascudo, Celina Guimarães, Dr. Zacarias Gurgel, Luiz Florêncio Jácome, Felipe Neri Brito Guerra, Dr. Epaminondas Tito Jácome, Luiz Gonzaga de Brito Guerra (Barão de Assú), Romualdo Lopes Galvão, Coronel Pompeu Jácome, Francisco de Oliveira Cascudo, Claudionor Batista de Oliveira (Dozinho), Joaquim Ramalho do Nascimento, Padre Francisco de Brito Guerra, Tomaz Salustiano, Urik Graff e Antônio Gentil de Souza. Filhos ilustres que orgulham nossa terra.
Em 1986, assumi a Secretaria de Obras do Município de Cruz até 1989, quando lutei pela realização de importantes obras para o município. Neste período foi construída uma boa infraestrutura básica para instalação e funcionamento do recém-criado município de Cruz.
Dr. Lima
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