“Mamãe, papai, já estou bem grandinho e posso me virar sozinho. Por favor,
deixem que eu resolva isso a meu modo!” Que tal? Essa frase faz sentido
para você? Já percebeu como existem mamães e papais manipuladores, que
seguem pela vida afora acreditando que o filho não é capaz de dar um passo
se eles não estiverem por perto? Chega a ser sufocante, não é mesmo? E os
palpites, então... Vêm aos montes: “por que você não faz assim?”, “aquela
cor fica melhor”, “deixe que faço isso pra você”, “não se esqueça de
passar por aqui na volta”, “só estou ligando pra perguntar se você
esqueceu que tem família”... E, por ai vai. Seus pais até esquecem que
você se casou há muito tempo, tem filhos e um lar para tomar conta.
Esquecem, na verdade, que hoje você possui também outra família. Vivem
cobrando sua presença ou enchendo sua cabeça com lamentações, passando-se
por vítimas, porque ainda não encontraram nada melhor para fazer depois
que você e seus irmãos saíram de casa.
Olha, se você passa por essa situação toda a semana, preste atenção no que
vou lhe dizer: se deixar, eles vão monitorá-lo a vida toda. Vão tomar
conta dos seus gastos, bisbilhotar suas gavetas e panelas, infernizar
reclamando de suas crianças... Sempre ressaltando que se você os tivesse
ouvido não estaria passando por isso ou por aquilo. Acreditam que têm a
receita do bem viver e querem impô-la a todo custo. Só se esquecem de que
tiveram a mesma chance anos atrás, e que, se a vida não foi melhor com
eles, é justamente porque não foram melhores com ela, pois colhemos o que
plantamos. E, agora, querem viver novamente o que já passou. Sabe como?
Através de você! É isso mesmo; querem viver a sua vida. Ou não percebeu
isso?
Preste atenção nas sugestões deles. Parecem alternativas ou imposições?
Não sabe?! É fácil perceber. Repare. Quando você faz o contrário ou algo
diferente do que eles sugerem, como se comportam? Esperam pacientemente
até que o resultado se configure ou ficam aborrecidos e “emburrados”
dizendo que não confia neles e vai acabar “quebrando a cara”? Lembro-me de
um desenho, em que havia dois personagens. Cada vez que algo saía errado,
diziam entre si: - “Eu te disse, eu te disse”, e o outro falava: - “Eu
sei...”; e percorriam assim um longo caminho repetindo essas palavras.
Veja bem, você não precisa provar seu amor aos seus pais fazendo tudo o
que desejam que faça. Tem sua própria cabeça e pode caminhar com as
próprias pernas. Simplesmente agradeça as sugestões, e avalie o que é
melhor ser feito. Caso decida por algo diferente do que lhe sugeriram,
assuma sua escolha, e esclareça que, para você, outra opção mostrou-se
mais interessante. Não precisa sentir remorso, nem culpa. Todos têm sua
chance de viver esta vida. Eles tiveram a deles e, pensando bem, continuam
tendo. Liberte-se dessa excessiva presença. Como dizia uma colega de
faculdade: “Viva e deixe viver”!
Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é
escritora.
Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br.
sábado, 21 de julho de 2012
Excessiva presença
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Não tem um filho que diga:
ResponderExcluirPapai, Mamae chega de se meter na minha vida, de hoje endiante não precisa mais me dar mesada.