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terça-feira, 31 de julho de 2012

Pai, quando o homem se torna um semideus...

 

Agindo na esfera dos instintos, que o restringe à condição biológica, o indivíduo vive no deserto de suas realizações e segue errante pela vida. Do ócio pernicioso às disputas ferrenhas que lhe petrificam o coração, este ser vai desperdiçando seu potencial na trilha das ilusões projetadas pelos vícios de todas as espécies. E nessa rota, – os ideais da juventude se declinam com o sol do final do dia –. Os que têm a coragem de olhar para dentro de si e conjeturar sobre o sentido de viver, descobrem uma imagem que reflete duas criaturas numa só: – o gigante e o pigmeu –. E, entre esses hemisférios, uma longa jornada se apresenta.

Na figura do pai-de-família Jesus encontra o melhor modelo para falar de bondade e perdão. Ao assumir esse posto, o homem transforma sua vida. Apesar de todas as vicissitudes, seu espírito ganha força e poder. Seus hábitos, experiências e ensinamentos, se projetarão no amanhã. A imagem de sua personalidade se cunhará nas mentes de seus filhos, configurando-se em cenas alegres e tristes de um filme que, do mesmo modo, protagonizarão. A grandeza de suas ações, bem como suas falhas e distorções, serão lidas com o passar dos anos, que se encarregará de depurar as fraquezas do homem-nanico a caminho do homem-pleno. No exemplo do filho pródigo* que, arrependido retorna ao lar, e é acolhido sem ressentimentos, o amor paterno transcende o bem e o mal, enxergando os entes como – pássaros que desconhecem suas próprias asas... Nesse estado de alma o pai se torna um mestre, um santo, enfim, um semideus...

*Parábola do filho pródigo-Lucas 15,11

Por: João. Antônio Séspedes

Licenciado em filosofia

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