Enquanto os “sonháticos” se reagrupam para coletar as 50 mil assinaturas restantes para a formalização do novo partido no TSE, Marina declara que, eleita, vai continuar no PSB para não "instrumentalizar a Presidência"; “A Rede vai ter meu apoio sempre, mas estamos imbuídos de governar com todos os partidos”; entre tantas idas e vindas, fica a suspeita de que a estratégia de Marina é não causar atritos com o PSB; por enquanto; mas, se ficar na sigla socialista, restará a constatação de que a campanha pela criação da Rede, marco da “nova política”, nada mais era do que um elaborado artifício eleitoreiro para chegar ao poder
7 de Setembro de 2014 às 11:02
247 - Dirigentes da Rede Sustentabilidade, organização até a pouco encabeçada pela presidenciável Marina Silva (PSB), desarquivou o processo de reconhecimento junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e retomou a coleta de assinaturas com o objetivo de obter o reconhecimento como partido político em 2015. A maior líder da entidade, no entanto, já admite que pode não se integrar ao grupo caso seja eleita.
Em recente entrevista ao portal G1 na última quarta-feira (3), Marina já dava sinais de que pretenderia manter-se no PSB ao declarar que a Rede terá sempre seu apoio e que o partido não depende dela para se viabilizar. “Eu vou continuar como presidente da República eleita pelo PSB porque não quero instrumentalizar esse lugar (a Presidência). A Rede vai ter meu apoio sempre, mas estamos imbuídos de governar com todos os partidos”, afirmou Marina.
Agora, os próprios entusiastas da Rede minimizam a possibilidade de mais um recuo da presidenciável. A avaliação é que há um novo momento político em curso e que, eleita, Marina será presidente de todos. “A Rede surge como um novo modelo de partido e não como o partido de um presidente”, disse Walter Feldman, coordenador-geral da campanha a presidente, à Agência O Globo.
Apesar de confirmar que o pacto com Eduardo Campos será mantido, ou seja, Marina pode sair do PSB quando quiser, o recuo da candidata agradou aos cardeais da sigla. O gesto foi classificado como importante. “Ela demonstrou que se sente bem no PSB, é bom que ela esteja à vontade. Se quiser ficar é muito bem-vinda”, disse um dirigente pessebista, também a O Globo.
Entre tantas idas e vindas, fica a suspeita de que o posicionamento de Marina seja apenas uma estratégia para não causar atritos com o PSB neste momento em que sua candidatura se encontra em ascensão. Por outro lado, se fica no partido, restará a suspeita de que a criação da Rede Sustentabilidade, marco da “nova política” de Marina, nada mais seria do que um artifício midiático para alcançar a Presidência da República.
A criação da Rede foi rejeitada pelo TSE no ano passado por insuficiência de assinaturas. Os cartórios eleitorais validaram 442 mil certidões de apoio, 50 mil a menos que o exigido em lei, apesar dos esperneios de Marina, que denunciou a exclusão de apoios sem justificativa e uma suposta manipulação da corte pelo Palácio do Planalto.
A Rede aproveita-se da comoção eleitoral e do crescimento de Marina para obter os apoios 50 mil apoios restantes. A expectativa desses líderes è de que o TSE defira a criação da nova sigla em 2015. A partir da formalização da nova legenda, Marina Silva, presidente ou não, teria uma janela de 30 dias para se incorporar à agremiação para não ser enquadrada na lei da infidelidade partidária.
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