O agronegócio defende uma maior atuação do governo na abertura de novos mercados
Brasília (12/09) – A superintendente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Tatiana Palermo, defendeu o envolvimento do Brasil nas negociações que resultem em acordos bilaterais, para que o país possa ampliar sua participação no comércio mundial. Segundo ela, esta é uma das alternativas para reduzir as altas tarifas, cotas e outras barreiras que dificultam uma maior expansão das exportações brasileiras de produtos agropecuários e agroindustriais.
“Precisamos negociar com países grandes e garantindo acesso a mercados”, afirmou. Segundo ela, os acordos comerciais assinados pelo Brasil e que já estão em vigor representam acesso a pouco mais de 6% do mercado mundial. “Precisamos sair da posição de defesa comercial para o ataque”, afirmou.
“Os rumos da política de comércio exterior do Brasil” foi tema de um seminário, realizado esta semana em São Paulo, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A superintendente da CNA falou sobre “Agronegócio: um retrato do Brasil nas correntes internacionais de comércio” e lembrou que o setor tem sustentado o superávit da balança comercial do Brasil. No acumulado do ano, foi responsável por 44% das exportações totais, enquanto os minérios e o petróleo, por 24%, e outros produtos, por 32%.
Segundo ela, a competitividade do agronegócio foi garantida pelo grande avanço tecnológico que resultou no aumento da produtividade das lavouras. No caso de grãos e fibras, nas últimas quatro décadas, a área plantada cresceu apenas 44%, enquanto a produtividade por hectare cresceu 180% e a produção triplicou. “O país está à frente da China, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália na produtividade agropecuária e ainda preserva 61% do território nacional com vegetação nativa”, afirmou.
Para que este diferencial seja aproveitado, é preciso que o país se mantenha atuante no sistema multilateral do comércio, único foro disponível para questionar e restringir subsídios agrícolas e políticas distorcivas de formação de estoques públicos.
De acordo com a superintendente, a agilidade na negociação de protocolos e certificados sanitários e fitossanitários também é prioritária para conseguir ampliar as exportações. É necessário, ainda, reforçar a atuação do governo brasileiro nas discussões sobre a harmonização de normas técnicas, regras sanitárias e fitossanitárias, além de acompanhamento de padrões privados.
Outro desafio é a inserção do Brasil de forma competitiva no comércio mundial. “Apesar de apresentar vantagens quanto à estabilidade política - por não estar envolvido em nenhum conflito político, guerra ou sanções, o Brasil tem o desafio de abrir a sua economia”, afirmou. Ela citou o índice da Heritage Foundation de 2013, segundo o qual o grau de abertura comercial do Brasil ficou bem abaixo da média mundial: 69,7 para o Brasil contra 74,6 para o mundo.
Assessoria de Comunicação CNA
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