21 de agosto de 2014 | 23:46 Autor: Fernando Brito
O prezado leitor e a queridíssima leitora escrevam aí nos seus caderninhos, para me cobrarem.
Acabou, pelo menos nos próximos dias, a lua-de-mel da mídia com Marina Silva.
Nem tanto pelos votos que a nova candidata do PSB conseguiu, mas porque os tirou de Aécio Neves.
Quase dez pontos de diferença e uma perda de mais de cinco pontos (talvez bem mais) do candidato tucano estavam completamente fora do script traçado às pressas depois do acidente que vitimou Eduardo Campos.
Mas, sobretudo, incomodou que, mesmo ganhando menos que Marina, Dilma tenha registrado uma tendência de alta nas intenções de voto.
Como aliás, seria de se esperar com o horário eleitoral onde tem vantagem de tempo e – vê-se agora – um degrau imenso em relação à mediocridade do que a oposição conseguiu exibir até agora.
A Folha virá na frente de todos, com o assunto da propriedade do avião.
A promessa provavelmente feita a Mônica Bergamo, de que um grupo de empresários assumiria a responsabilidade sobre o controle da aeronave, não foi cumprida.
A Bandeirantes Companhia de Pneus, que teria feito um leasing e seria a locatária do avião, mandou dizer, em nota enviada ao Blog de Jamildo Melo, no Jornal do Commercio de Pernambuco que “teve interesse na aquisição da aeronave PR-AFA, de propriedade da Cessna Finance Corporation, arrendado pela A.F. Andrade”. Mas que “a operação não se realizou porque estava condicionada à aprovação pela Cessna do cadastro da Bandeirantes”.
E mais nada, o que deixa, em tese, sem dono o avião.
Jamildo confirma que a empresa pertence a João Paulo Lyra Pessoa de Melo e Apolo Santana Vieira, denunciado pelo Ministério Público por fraude na importação de pneus.
Quanto a João, ainda está por esclarecer-se se é ele ou seu pai o condenado por homicídio em 2011, como partícipe do assassinato de Alexandre dos Santos Correia, conhecido por Piter, jogador de basquete do time do Sport Clube Recife, em 1999. Bem como qual dos dois era assessor no Ministério da Ciência e Tecnologia, nos tempos em que lá mandavam os aliados de Eduardo Campos.
Ao que parece, era o próprio, pois o Ministério Público o descreve como sobrinho do ex-usineiro Eduardo Lyra Pessoa de Melo, que tinha (ou tem) um irmão chamado João Paulo.
É evidente que o caso não é responsabilidade de Eduardo Campos, embora tenha sido notório no Recife.
Tudo isto e mais a Folha tem, pois deve estar atrás do assunto desde que publicou, ainda no dia 14, que Eduardo Campos aprovou, pessoalmente, durante um vôo, a escolha da aeronave para servi-lo durante a campanha.
Os demais jornais ficarão na debandada dos coordenadores de campanha de Eduardo Campos que se recusam a acompanhar Marina Silva.
Por enquanto.
Porque, como diz o próprio Jamildo, que sabe tudo de política pernambucana, “a novela, ao que parece, está só começando”.
Marina que se segure.
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