25 de agosto de 2014 | 10:33 Autor: Fernando Brito
A teimosia dos fatos é a grande inimiga da mentira.
Hoje, em boa e segura reportagem no Estadão, o repórter Ricardo Brant apurou que, de fato, houve um segundo jato cedido pela Bandeirantes Companhia de Pneus, aparentemente de propriedade de Apolo Vieira (leia aqui sobre ele), servindo à campanha de Eduardo Campos, como este blog publicou na sexta-feira.
A figura de Apolo vai se tornando, cada vez mais, central neste episódio.
Leia a matéria de Brandt, publicada hoje na página A-4 do Estadão, que está repercutindo em vários dos grandes portais de notícias:
Campos usou outro jatinho de empresário investigado pela PF
Ricardo Brandt
Em maio, então candidato do PSB viajou em aeronave comprada por Apolo Vieira,envolvido em negócio do avião que caiu em Santos
Uma das empresas investigadas na compra do jato Cessna Citation 560 XLS, que caiu matando o candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, e outras seis pessoas, a Bandeirantes Companhia de Pneus Ltda. tem em seu nome outra aeronave que, em maio, foi usada pelo ex-governador de Pernambuco durante visita de pré-campanha na Bahia.
Trata-se do Learjet 45, prefixo PP-ASV, que Campos usou no dia 20 de maio, em visita a Feira de Santana. Em fotografia retirada pela imprensa durante sua chegada é possível ver a aeronave.
Mais modesto que o Citation 560 XLS, o avião biorreator usado pelo candidato naquele dia está registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em nome da Bandeirantes, que tem sede em Pernambuco, e pertence a Apolo Santa Vieira. Pelo registro na Anac, o Learjet 45 foi financiado pela Bandeirantes. Como foi comprado por leasing, enquanto a empresa não terminar de pagá-lo, pertence ao Bank of Utah Trustee.
Apolo Santa Vieira é um dos três empresários pernambucanos investigados pela Polícia Federal como supostos laranjas na negociação de arrendamento do Citation, que caiu em Santos (SP), no dia 13. A aeronave está em nome da AF Andrade, que está em recuperação judicial. Em maio, o empresário pernambucano João Carlos Lyra de Melo Filho assinou compromisso de compra da aeronave e indicou as empresas Bandeirantes e BR Par para assumir dívidas junto à Cesnna.
Agentes da PF, com auxílio da Receita Federal, tentam identificar de onde veio o dinheiro para a Bandeirantes Pneus, uma importadora e recuperadora de pneus, comprar o Learjet e o Citation.
Por meio de nota, a empresa informou que tentou assumir o leasing do Citation (que vale US$ 8,5 milhões), mas que a compra não se efetivou. A AF Andrade informou que já havia recebido parte das parcelas.
Apolo Viera é réu em um processo por sonegação fiscal na importação de pneus, via porto de Suape (PE), que gerou um prejuízo de R$ 100 milhões aos cofres públicos. Sua antiga empresa, a Alpha Pneus, e outras, recorrem em segunda instância.
A Bandeirantes foi criada em 2004, em Jaboatão dos Guararapes (PE) e funciona em um galpão de médio porte. O Estado localizou uma movimentação de importação financiada registrada pelo Banco Central, em dezembro de 2010, de US$ 1,4 milhão, via banco Ilhas Cayman e Banco Safra.
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