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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Dilma critica adversários e diz que campanha tem muita 'desinformação'

 

Presidente participou de evento com trabalhadores rurais em Brasília.
Ela disse que os rivais querem fechar pasta do Desenvolvimento Agrário.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília

Dilma faz fotos com participantes de encontro na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília (Foto: Filipe Matoso / G1)Dilma faz fotos com participantes de encontro na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília (Foto: Filipe Matoso / G1)

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, disse nesta quinta-feira (28) que a campanha eleitoral está "baseada na mentira" e tem muita "desinformação". Sem citar nomes, ela se referiu aos adversários como "eles", e disse que seus rivais torcem pelo quanto pior melhor.

Dilma deu a declaração durante discurso em evento com representantes da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) e trabalhadores rurais. Antes, ela tirou fotos com eleitores e gravou imagens para o programa eleitoral.

"Eu vou falar uma coisa para vocês. Estamos numa campanha baseada na mentira, assim como foi na Copa, em que diziam que não iria ter Copa e teve. Eles continuam fazendo isso, é o processo deles, e falam e falam e falam. E mostram o seu pessimismo, porque apostam no quanto pior melhor, para ter uma alternativa, porque se quanto pior melhor, eles acham que saem ganhando", disse a presidente. "Nessa campanha tem muita desinformação e derrotismo", concluiu.

A presidente disse ainda que os adversários se equivocam quando, na opinião dela, argumentam que o aumento dos salários é que faz a inflação subir. Para a presidente, esse raciocínio é uma "mentira".

"Dizem que é importante parar de subir o salário, porque senão a inflação cresce. O salário mínimo aumentou 12,5% acima da inflação no meu governo e isso permitiu que milhões de brasileiros tivessem acesso a uma vida melhor. Eles falam que a inflação aumentou por conta do salario. É mentira. A inflação nos últimos meses está caindo, e no último mês chegou a perto de 0", argumentou Dilma.

Ela também disse que os adversários querem fechar o Ministério do Desenvolvimento Agrário, por entenderem que "não tem nada diferente" do Ministério da Agricultura.

"O primeiro nome de ministério que eles queriam fechar, que os meus adversários propõem fechar, é o Ministério do Desenvolvimento Agrário, porque eles acham que o MDA não tem nada de diferente do Ministério da Agricultura”, disse a presidente durante o discurso.

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Dirigindo-se aos trabalhadores rurais, Dilma ressaltou que a “parceria” entre o governo e o movimento que representa o setor do campo foi fortalecida nos últimos anos. Para a presidente, as políticas de seu governo voltadas para a produção rural evoluíram em razão dos trabalhos conduzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

“O futuro está no fato de que nós, juntos, fizemos um processo de fortalecimento da agricultura familiar no nosso país. […] De uma certa forma, é como mostra o meu programa eleitoral, muitos brasileiros eram invisíveis e não eram vistos. Então, fico muito feliz de ter tido uma forte parceria e diálogo com a Contag”, disse a presidente.

Propostas
Durante o evento, em que a Contag manifestou apoio à candidatura da petista, a entidade entregou a Dilma documento com 13 propostas para o país avançar no desenvolvimento rural de forma sustentável e solidária. O documento defende políticas para a reforma agrária, fortalecimento da agricultura familiar, educação no campo e participação social, entre outros pontos.

Reforma agrária
A presidente defendeu as políticas de seu governo voltadas para a reforma agrária. Dilma afirmou, no entanto, que o poder público não pode somente entregar as propriedades às famílias assentadas, mas deve prever outras políticas, como destinação de crédito e casa própria.

“Reafirmo aqui meu compromisso com a reforma agrária, mas reafirmo com a reforma agrária que não é só distribuição de terra […] Além da distribuição às famílias assentadas, temos de ter outras medidas, porque o assentado não pode ficar abandonado à própria sorte ou às pressões do mercado”, disse.

“Nos governos tucanos, eles desapropriaram e largaram os assentados nas mais longínquas terras do país. Isso levou o país a um déficit passivo social em relação aos assentados da reforma agrária”, complementou a presidente.

Entrevista
Após o evento da Contag, Dilma concedeu entrevista a jornalistas na qual defendeu as políticas do governo federal voltadas para os agricultores familiares, trabalhadores rurais e mulheres do campo. A presidente comentou o projeto enviado ao Congresso que prevê o salário mínimo em R$ 788 para 2015.

“Eu não pretendo de maneira alguma acabar com a política de valorização do salário mínimo, política de salário mínimo que nós temos certeza que contribuiu para esse país chegar onde chegou”, declarou.

Questionada sobre a declaração em relação aos adversários, na qual falou sobre “desinformação”, Dilma exemplificou ao dizer, sem citar nomes, que não reconhecem que o Brasil é um dos países do mundo que mais investe em mobilidade urbana e transporte público.

Ao ser indagada sobre declarações da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, de que irá governar, caso seja eleita, com os “melhores” de cada partido, Dilma afirmou que, em sua avaliação, os bons são os que têm compromisso com o país.

“Eu acho que essa distinção entre bons e maus é uma distinção muito complicada e simplista. Os bons são aqueles que têm compromisso. Para mim, os bons nesse país são aqueles que têm compromisso com a distribuição de renda e a inclusão social. […] O conceito de bom pra mim tem ligação com compromisso”, concluiu.

http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/08/dilma-diz-que-rivais-querem-fechar-pasta-do-desenvolvimento-agrario.html

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