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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Na última missa, Bento XVI lamenta "os golpes contra a unidade da Igreja"

 

Por PÚBLICO

O Papa celebrou a Quarta-feira de Cinzas na Basílica de São Pedro, a sua última missa pública até ao dia 28 de Fevereiro.

A missa foi realizada na Basílica de São Pedro Alessandro Bianchi/Reuters

 

Foi a última missa pública do Papa Bento XVI e a ocasião não poderia ser mais simbólica. Na Quarta-feira de Cinzas, que lembra o carácter transitório e efémero da vida humana, Bento XVI apelou à superação dos "individualismos e rivalidades" no período da Quaresma, num sinal "humilde e precioso para aqueles que estão distantes da fé ou indiferentes".

O ritual foi o mesmo dos últimos sete anos – Bento XVI ungiu as testas dos fiéis com cinzas, numa cerimónia presenciada por cardeais, bispos, monges, frades e peregrinos –, mas o local teve de ser outro, para acomodar todos os que queriam estar presentes na derradeira missa de Joseph Ratzinger como Bento XVI.

Antes do anúncio da renúncia, na segunda-feira, a Santa Missa da Quarta-feira de Cinzas estava marcada para a pequena Igreja de Santo Anselmo, de onde o Papa sairia em procissão até à Basílica de Santa Sabina. Mas a missa acabou por ser celebrada na Basílica de São Pedro.

O site da Rádio Vaticano faz referência a uma missa "intensa e muito participada", durante a qual Bento XVI comentou a sua renúncia: "É uma ocasião propícia para agradecer a todos, agora que me preparo para concluir o ministério de Pedro."

Bento XVI deixou também vários alertas e avisos, contra "a hipocrisia religiosa", contra "o comportamento de quem quer aparecer" e contra "as atitudes que procuram aplausos e aprovação".

"A qualidade e a verdade da nossa relação com Deus é o que certifica a autenticidade de qualquer gesto religioso", frisou o Papa, num tom grave, segundo o relato da agência AFP.

Numa missa interrompida pelos aplausos dos presentes, Bento XVI alertou contra o que considera ser "os golpes contra a unidade da Igreja" e a "divisão do corpo eclesiástico", lamentando que "o rosto da Igreja seja, por vezes, desfigurado".

O Papa criticou ainda aqueles que se dizem prontos "a rasgar as próprias roupas face aos escândalos e às injustiças, naturalmente perpetrados por outros", mas que não se mostram "prontos a agir de acordo com o seu próprio coração, a sua consciência e as suas intenções", cita a AFP.

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