A presidenta Dilma Rousseff abriu a Assembleia Geral da ONU, ontem, com um discurso que defendeu a soberania da Palestina, o protagonismo dos países em desenvolvimento no enfrentamento da crise econômica mundial e a participação das mulheres na política. Interrompida várias vezes pelos aplausos da plateia formada por chefes de Estado, a primeira frase da presidenta apontou o fato inédito na Assembleia Geral da ONU: “Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico”, disse a presidenta.
O pronunciamento de Dilma Rousseff, que durou cerca de dez minutos, enfatizou a necessidade de uma ampla união para que a crise econômica possa ser superada. “Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados”, afirmou.
Além disso, a presidenta criticou o sistema financeiro e propôs uma regulamentação mais forte do setor. “Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade”, afirmou.
Palestina e paz – A mandatária brasileira foi firme na defesa da soberania da Palestina, inclusive como via para que a paz na região seja alcançada. “O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título. O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional”, defendeu Dilma, sendo aplaudida logo em seguida.
Mulheres – A presidenta encerrou o seu discurso falando sobre o papel das mulheres na política. “Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje. Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade”, declarou a presidenta.
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