- Encerrando seu mandato como chefe supremo do Ministério Público, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defende a delação premiada e as ações do MP e afirma que os "que querem frear a Lava Jato são inimigos do Brasil. As afirmações foram ditas em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
"Acredito que aqueles que querem frear a Lava Jato são os mesmos que integram os esquemas desvelados na Operação. Essas pessoas são inimigas do Brasil", disse Janot.
Ele defendeu a operação Lava Jato. "É preciso pensar que a Lava Jato está jogando luz sobre um esquema, que funciona há várias décadas, envolvendo setores públicos e privados na compra de apoio político em troca de favores. Os acusados criaram um sistema político-econômico baseado no compadrio, no pagamento de propina e no desvio de dinheiro de obras públicas essenciais para o país. Dinheiro da educação, da saúde, da segurança pública e de infraestrutura foi usado para satisfazer interesses espúrios de empresários e políticos em busca de benefícios pessoais e poder".
Janot afirmou que acabar totalmente com a corrupção é algo utópico, mas a Lava Jato está cumprindo seu papel. "O fim da corrupção é uma meta inalcançável. Mas é possível acabar com a corrupção endêmica, e essa é uma tarefa de todos. Não podemos tratar com naturalidade a troca de favores na política e nos negócios".
"A instituição como um todo tem feito avanços significativos em diversas áreas. Tivemos conquistas importantes do ponto de vista da gestão e da própria atuação técnica. Como toda estrutura composta por pessoas, está suscetível a erros e é importante reconhecê-los. É natural que, em razão do trabalho de investigação e acusação, surjam críticas como estratégia de defesa do acusado. Mas não concordo que existam abusos por parte do Ministério Público. Temos como ponto basilar da atuação a observância à Constituição Federal e nos pautamos por ela. Nossa atuação é técnica, apolítica e responsável".
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