247 - Para o jornalista Merval Pereira, a atitude de Michel Temer de abrir os cofres públicos em troca do apoio parlamentar para barrar a denúncia de corrupção feita pela PGR pode comprometer ainda mais as combalidas finanças públicas brasileiras.
"Paradoxalmente, para um governo que precisa reduzir o gasto, Michel Temer está à frente de barganhas nos bastidores para obter votos suficientes para matar a denúncia da Procuradoria-Geral da República. Essas barganhas aumentam os gastos e podem significar a derrota do projeto da equipe econômica."
Confira abaixo alguns trechos do texto:
"O racha da equipe econômica é a pior notícia que Temer poderia receber, mas reflete o momento perigoso que o governo vive. Por isso ele tentou, na noite de ontem, restabelecer a relação entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, mesmo cochilando a seu lado, é o pau que sustenta a barraca do governo, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, pau mandado do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que continua sendo visto dentro e fora do governo como um influente conselheiro do Planalto, quase um ministro ad hoc no campo econômico.
O plano de demissão voluntária do serviço público, anunciado como decisão de governo, foi rebaixado a uma simples proposta em estudo, e não seria surpresa se não saísse do papel, fortalecendo a posição de Meirelles, que vê nesse instrumento uma medida paliativa sem grande futuro.
(...)
Temer se manteria num governo à deriva, sem objetivo maior do que simplesmente resistir até o final. Dentro de seu objetivo primordial, que é salvar a própria pele, o presidente Temer está bem. Na medida em que a oposição não tem 342 votos para tirá-lo do lugar, ele está garantido."
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