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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HECLICÓPTERO DO PÓ JÁ FAZ MAIS DE 1 ANO, VAI PRESCREVER TAMBÉM?

 

ROTA DO PÓ. RENAN!! EMPAREDA O AÉBRIO PÕ!!



(Cocaína apreendida. Todas as fotos são cortesia do entrevistado.)
VICE: Como as investigações deste caso começaram?
Pacheco: Nós já tínhamos uma diversidade enorme de informes; você foi policial, então sabe o que é isso, ou seja, uma informação que chega até nós, mas que ainda não se confirmou. Um informante, aquela conversa com o preso depois do depoimento, mas que não se quer registrar… É aquele dado que você não confrontou com a realidade. Pois bem, tínhamos alguns informes aqui dando conta da utilização de pequenos aviões nessa região.
Quando foi isso?
Em meados de novembro [de 2013], a P2 [órgão interno das polícias militares, formado por homens à paisana e viaturas descaracterizadas, ligado à Corregedoria da instituição para fiscalizar infrações administrativas dos policiais, muito embora, às vezes, realizem trabalhos de polícia investigativa, tal qual a Polícia Civil e Federal, além de serviço de inteligência para os governos estaduais] da Polícia Militar do Espírito Santo nos perguntou se sabíamos algo de estranho envolvendo fazendas da região. Havia chegado até eles a notícia da compra de um imóvel de forma muito estranha: uma pequena propriedade, que não valeria mais do que R$ 200 mil reais, teria sido comprada por R$ 500 mil reais, à vista, na região de Brejetuba. Fomos a campo e começamos a coletar informações.
E o que nos foi dito naquela comunidade? “Olha, os caras pagaram esse preço à vista, chamou muita atenção, chamou tanta atenção que até eu quis vender minha propriedade, porque o preço está muito acima do mercado”. Os caras compram essa fazenda e não a ocupam. São pessoas que não se identificavam com a atividade da agricultura. Os moradores locais nos diziam assim: “os caras são muito doidões”.
Vocês já sabiam o nome da pessoa que havia comprado a fazenda?
Não. A experiência que a gente traz de outras situações é que essa transação imobiliária não poderia ter passado por uma formalidade cartorial. Fazer um contrato de compra e venda sem registro…
Um contrato de gaveta?
Sim, de gaveta. Mas veja, hoje eu já tenho outra informação. Ele deu R$ 100 mil e ia dar outros R$ 400 mil em 15 dias.

(Detalhe da comunidade de Brejetuba, local da apreensão.)
O cara quem? O Élio Rodrigues?
Como você sabe?
Ah, claro. Já está na internet por conta dos advogados… Sim, o comprador foi o Élio Rodrigues.
Vocês chegaram a bater um papo com esse Élio? Ele é quente ou laranja?
Cara, ele teve a oportunidade de ser bem assessorado, ele tá com advogado constituído, é um direito dele. Você tem que jogar a regra do jogo e a regra do jogo é a democracia legal que diz que ele tem o direito de se defender e constituir um advogado.
O que o Élio disse sobre a compra do sítio?
Ele admite a compra, mas tudo o que ele admite não nos possibilita concluir nada em relação a ele.
Como assim?
Ah, eu perguntei a ele: “Você comprou a fazenda em dinheiro?”, “Comprei”. “De onde veio o dinheiro?”. “Eu guardo em casa”. “Você esteve lá?”, “Estive”, “Você conhece algum dos presos?”, “Conheço”, “De onde você os conhece?”, “Conheço da fazenda”. O que posso fazer diante de uma afirmação dessa?
E quando o sigilo bancário dele vai cair na imprensa?
Você tem uma bola de cristal aí?
Que a Polícia Federal vai pedir eu sei que vai, minha dúvida é quando isso vai cair na imprensa.
A minha duvida é quando o banco vai me entregar.

(Helicóptero apreendido. No detalhe, compartimento usado para esconder a droga.)
O que ele faz profissionalmente?
Ele é um empresário de Vitória.
E ele ostenta? Você acha que ele tem grana para dar meio milhão em dinheiro?
Se a gente tivesse a convicção suficiente para segurar ele, já teríamos pedido sua prisão. Mas a mecânica do processo penal não é tão simples, nem deve ser. Você sabe, a polícia, por viver o calor do evento, tende a ser arbitrária e dura. Por isso, em certos casos, a velocidade lenta do processo penal não é ruim. Daí a diferença entre o tempo da imprensa e do tempo da polícia investigativa.
Vocês chegaram ao Élio antes ou depois da apreensão?
Chegamos ao simples pré-nome Élio antes, e ao Élio qualificado (a saber: quem ele é e tal) logo depois. Um dia depois.
Como vocês descobriram que o helicóptero ia pousar naquele instante?
Quando chegamos, como disse, em meados de novembro, um vaqueiro deu uma informação importante pra gente. Ele disse o seguinte: “Olha, os caras chegaram aí, compraram a fazenda, se apresentaram como donos, fizeram churrasco durante dois dias inteiros e ficaram de voltar aqui no dia 23?, que era o sábado. Então, a gente se estabeleceu nessa região por seis ou sete dias, para fazer vigilância e observar a movimentação de pessoas que não têm identidade com aquela área. Já na sexta-feira, dois dias antes da apreensão, começamos a ver a movimentação de estranhos no local.

(Momento da abordagem com helicóptero da PM dando cobertura para a equipe.)
Vocês já tinham notícia de que a aeronave havia pousado lá em outras vezes?
Não, curioso isso. A gente costuma dizer que a imprensa gera o efeito “facho de luz”, ou seja, ela ilumina um ator que antes ninguém via. Depois que nós apreendemos esse helicóptero, já recebi 15 ligações de 15 helicópteros carregando cocaína. Quer dizer, até prender o primeiro, nunca houve. Depois que prendemos esse, tem um monte. Não tínhamos noticia de pouso anterior, mas ficou muito evidente pra gente, em razão da logística da fazenda, que, se fosse o transporte e entrega de drogas, não poderia ser feita de outra forma. Por que você compra uma fazenda e não ocupa? Por que paga em dinheiro, por que paga o dobro do preço? Por que marca um dia para voltar e não está lá exercendo atividade de agricultor diariamente?
Nós temos casos repetidos de aeronaves transportando drogas em outros estados, apostamos na vigilância e apostamos bem.
Quantos policiais estavam envolvidos nessa operação?
Ah… Foram poucos. Fizemos uma parceria com a Polícia Militar local, porque sem eles não saberíamos andar naquela região. Sem eles o resultado não aconteceria.
Quantos policiais ao todo?
Eram seis agentes federais e seis PMs.
Em um vídeo no Youtube mostra que só dava PM no momento da abordagem.
O que acontece é o seguinte: para conquistar o apoio da PM, a gente precisava colocar eles em evidência. Quem pede tem que oferecer. Nós não somos vaidosos, entende? Então, o acordo era bem simples: vocês ficam com a notícia e a gente fica com o resultado do trabalho. Pode capitalizar, pode ficar à vontade, não tem problema. Eles são de uma cidade pequena, para eles isso era um feito histórico.
Os PMs que participaram também são policiais de perfil baixo, que não se apegam a isso. Então, na verdade, a operação foi atribuída quase que na totalidade à Polícia Militar, mas estávamos cientes.
(Veículo em que a droga estava sendo descarregada.)
Alguns curiosos da internet disseram que a rota seguida pelo helicóptero não era bem aquela divulgado pela PF, pois não bateria com a autonomia de voo da aeronave. O tempo não é para tanto, que ela estava pesada demais, etc.
O curioso é que quem acha isso não sabe nada! Quando começamos a acreditar que poderia se tratar de uma entrega de drogas com um helicóptero, fui buscar apoio aéreo do helicóptero da PM para ajudar os policiais que estavam na vigilância em terra. Eu falava para eles da necessidade de estarmos a postos muito antes dos traficantes, mas eles respondiam: “Não dá. Ali, depois das quatro horas da tarde não tem jeito porque é serra, montanha, tem nuvem, é perigoso”. Eu falei: “Cara, é que você tá pensando como piloto, como alguém que segue regras, tá pensando como alguém que pensa em segurança, você não tá pensando como traficante que chega a ganhar um milhão de reais numa operação dessas”. Então, quer dizer, os caras da internet não sabem que os pilotos que se dedicam a essa atividade são malucos, ignoram perigos básicos, carregam combustível dentro da aeronave…
Mas o peso dele não influencia?
Influencia, mas nada impede que ele tivesse pontos de pouso intermediários para isso.
Essa é a dúvida que todos temos. Esses pontos de pouso intermediários. Suspeita-se de nomes de muitas pessoas que deram cobertura a esses pousos que ainda não vieram à tona e…
É possível, mas como te falei, a velocidade da imprensa não é nossa. O compromisso da internet é o curtir do Facebook e as piadas nos grupos de WhatsApp. Cadeia não é hotel, é coisa séria. Daqui a uns dias, os peritos vão me entregar as coordenadas, daí ótimo, beleza, tenho a coordenada e vou colocar no Google Earth. [Por exemplo] Bateu lá em Bauru. Porra, meu irmão, eu preciso de uma equipe que vá a Bauru, que vá ao cartório, que identifique a fazenda. Pode ser um produto de espólio, uma herança, pode ter herdeiro brigando, o pouso pode ter sido aleatório. Ou seja, nós não podemos ter aí a irresponsabilidade do cara da internet. E se ele pousou na fazenda do seu avô, seu avô é traficante, é isso? Muita calma nessa hora, parceiro, porque a internet não tem compromisso com porra nenhuma, mas eu tenho, meus colegas têm, o delegado tem! Respondi uma pergunta um dia desses sobre o deputado [Gustavo Perrella, dono do helicóptero apreendido]. O pessoal falou:
“Porra, a cocaína é do deputado porque o helicóptero é dele!”. Eu falei: “Caralho, se eu pedir seu carro emprestado, e encher ele de cocaína, você é o traficante?”. Ou seja, não pode ter esse atropelo, isso atrapalha. A ânsia de querer inflar uma notícia, julgar alguém, colocar um senador, um deputado no rolo… Não tenho medo de político não, já prendi vários. Tô cagando pra esses caras, quero que se fodam. Mas quem vai sentar na frente do juiz e dizer “Foi ele!” sou eu, serão meus pares. Não pode ter essa pressa não, velho.
Você teve acesso às mensagens de celular trocadas entre o piloto e o deputado?
Ainda não. É isso que eu estou falando. Para você ver. O deputado vai lá e fala: “Eu não sabia de nada”. Aí depois ele mexe no próprio telefone e se dá conta que mandou uma mensagem para o piloto. Daí o que ele faz? Dá outra declaração desmentindo a anterior, porque ele sabe que na hora que sair o laudo eu vou ter essa mensagem. Mas se eu mexer nesse telefone antes da autorização judicial, o advogado vai falar: “Você conspurcou a prova, portanto, ela não vale mais nada”. Só vou ver essas mensagens quando o perito me entregar o laudo. Meu compromisso é com a sentença, não com a notícia.
Mas vocês não chegaram a pegar esse celular nas mãos? Não abriram, viram os números e tal?
Sim, os celulares foram todos apreendidos. Você tem que entender o seguinte: a necessidade de você obter uma informação é até você obter o que você quer. O que eu quero?
Provar nosso ponto perante à justiça, curiosidade é coisa de menino.
É louvável tamanha frieza. Só acho estranho porque a Polícia Civil, no dia a dia, não é tão disciplinada assim.
Parceiro, é o seguinte: a gente trabalha nesse caso com a Justiça Federal e o MPF. Se a Polícia Civil lidasse com juízes e promotores federais, ela ia ficar disciplinada. O que acontece: o cachorro morde no tamanho da porrada do dono. Então, os juízes federais, no geral, são fodas. Não estou dizendo que a justiça estadual é pior, mas até em razão do volume absurdo de trabalho que eles têm, costumam ser mais tolerantes. O importante para nós era prender os caras e tirar meia tonelada de cocaína do mercado. Isso foi feito. E as respostas? Elas virão na velocidade da lei, não posso atropelar esse processo. Daí, depois, vêm as criticas da própria imprensa: “Ah, mas o Tribunal anulou a operação da Policia Federal inteira”. Anulou porque a gente fez merda, ou seja, não pode fazer assim velho, tem que ter calma.
Quando vocês tiveram a notícia que o helicóptero era do deputado?
O piloto falou ali mesmo na hora, ele abriu o jogo e disse: “Olha, eu piloto para o senador Perrella, ele não sabe que eu estou aqui e vai ficar muito ruim pra mim”. O colega que estava na condução disse: Foda-se, isso é um problema seu, não meu.
O piloto estava armado? Porque eu vi que a chegada foi muito calma, né?
Ninguém estava armado, não teve resistência. Foi muito calmo, cara. Você imagina que uma operação dessa, desse nível de investimento, 1kg dessa cocaína custa lá na fonte, no fornecedor, algo em torno de US$14 mil dólares. Isso é gente que anda de Mercedes. Eu mesmo, em todo momento, nunca apostei no confronto. Mandamos uma equipe pronta para o confronto, mas nunca apostei.
Qual foi a reação da equipe quando descobriu que o piloto era funcionário do deputado?
Indiferente. Quem trabalha com entorpecente não é ligado em glamour, velho, não tem isso. Quem trabalha com entorpecente é farol baixo. O tesão dos caras foi a carga. O tesão dos caras é “Puta que o pariu, 450 quilos, beleza, tô de pau duro e feliz”. Eles não têm tesão com mídia, com Fantástico… Não têm tesão por nada disso.
Quando o cara falou de senador, de deputado, eles cagaram, velho, tão nem aí.

(Policiais no momento da apreensão.)
Os presos tinham passagem pela polícia?
Só um, e não é folha corrida grande. Mas o que acontece nesse tipo de operação: os caras trabalham em células. Quem fornece não conhece quem transporta, que não conhece quem recebe, que não conhece quem revende. A vantagem disso é que, quando você pega um, o cara realmente não conhece o próximo. E qual é a desvantagem desse tipo de estrutura? O envolvimento de pessoas “não profissionais”. O que causa alarde nesse trabalho não é nem a droga. Se eu pegasse meia tonelada num caminhão de arroz vindo de Foz de Iguaçu, ganhava só uma notinha de jornal. O que chamou a atenção desse caso foi o helicóptero, o tipo do transporte.
E o dono dele, né…
Sim, aí potencializa.
Quando sua equipe chegou a Brejetuba para dar o bote?
Seis ou sete dias antes.
E onde eles ficaram hospedados?
No mato.
No mato? Dentro de uma casa, numa espécie de acampamento?
Usaram algumas casas para apoio e se revezavam eventualmente na cidade, mas na vigilância a gente fez acampamento mesmo.
Você participou da abordagem?
Não, eu estava no controle, estava em Vitória dando todo o apoio. Foram sete dias de comida de micro-ondas dormindo dentro do trabalho em colchão inflável. É preciso ter um cara distante para que possa suprir os meios. Os caras estão lá no mato, ele não tem condição de fazer isso. Então, porra, um colega passou mal, ficou doente, precisa ser substituído, uma viatura quebrou, precisa de dinheiro, precisa de armamento, você tem que ter um cara fazendo essa logística, fazendo isso. Eu fiz isso.
E como foi a rotina desses seis ou sete dias no mato?
Ah, complicado, né, cara, porque você tem que levar mantimento, tem que levar água, comida, você não pode cozinhar, leva muito biscoito, muito pão. Mija dentro de garrafa pet. Quando não pode ser na garrafa, arruma um matinho. Essas equipes têm que se revezar porque você tem limite de exaustão.
Quantas pessoas ficaram no acampamento?
Seis nossos e seis deles.
Os “eles” eram P2?
Só trabalho com P2, não trabalho com tropa regular.
Por quê? Vocês tem algum tipo de objeção para trabalhar com a Polícia Civil?
Não, nenhuma. Trabalho com vários deles, mas nesse caso a preferência é de natureza doutrinária, não de natureza ideológica. A Polícia Militar, apesar de ser mal afamada por ser militar, tem uma disciplina que a Polícia Civil não tem. Para esta ação, a P2 era a melhor opção, quando disse que não trabalho com tropa regular me refiro ao policiamento ostensivo que a PM faz com os homens de farda, a P2 é uma unidade especializada. E isso vale para qualquer polícia.
Como vocês descobriram que o helicóptero estava chegando? Viram ele se aproximar?
Como disse, nós tínhamos a referência do peão, que falou: “Eles disseram que vão voltar aí por volta do dia 23, 24?. Ele deu uma data aproximada. A gente não sabia muito bem o que ia acontecer. Se a droga viria de carro, cavalo, helicóptero… Terrestre a gente já sabia que não ia ser porque a região não permite isso. Havia uma única via de acesso… Não faria sentido. Para o cara levar a droga ali por terra, ele teria que se complicar, não se descomplicar. Porque ele teria que sair de uma rodovia federal para uma estadual e para uma vicinal… O caminho não é esse. O caminho é de uma vicinal para uma BR. Então, a gente não sabia muito bem o que ia acontecer, mas a gente sabia que não ia ser por terra. E se fosse por terra, nossa estrutura estava pronta para asfixiar.
Com 12 pessoas?
Era o suficiente. Com 12 pessoas você monta uma estrutura de observação e mais duas ou três equipes de intervenção com muita tranquilidade.
E que tipo de armas essas equipes de intervenção usavam?
Todas. Desde o armamento não letal, das granadas de luz e som, passando pelas pistolas e chegando aos fuzis. Não sabíamos quem era o inimigo, levamos tudo.
Quem eram as pessoas que estavam aguardando a chegada da droga em solo, no carro branco?
Era um garoto da área, de nome Everaldo, e um carioca de nome Robson.
E agora, Pacheco? O trabalho se encerra no dia 17. Tá tudo redondo?
Redondinho. Mas, cara, sinceramente, considero essa uma operação amadora. A forma como eles montaram a logística chamou atenção, com gente graúda seria mais sofisticado. E veja a chegada deles na região — é uma região de matutos. Os caras chegaram chamando muita atenção. Porra, chegaram com dinheiro em bolsa, pagaram valores fora de mercado. Fizeram churrasco, encheram de mulher. É uma sociedade pacata, o cara ali casa com 16 anos. Aí você faz um churrasco e leva um monte de mulher para lá? Chama atenção. Acho que a operação foi muito tosca para envolver um cara desse calibre.
Isso não está estranho, Pacheco? Afinal, é um investimento muito grande para três peões que parecem nunca ter feito isso na vida.
Não tenha dúvida, o problema é que esses caras trabalham em células. Fazem tarefas seccionadas para que, justamente, a gente tenha dificuldade em compreender todo o conjunto.
Fazendo uma especulação bem rústica, vocês já chegaram a cogitar a hipótese de que o piloto e os garotos foram colocados ali para serem presos?
É possível. Mas nossa experiência deixa claro que tem muito mais à frente e muito mais atrás, sim. Só temos que focar no que a gente tem em mãos nesse momento.
O carro estava no nome de quem?
Ainda não parei para olhar. Mas acho que é do Robson, um dos presos.
E eles falaram para onde levariam a droga?
Imagina…
Eles não abriram o bico?
Não, nada. Na Polícia Federal, o cara não apanha, não toma calor. Por favor, não estou dizendo que nas outras polícias se faça isso, mas aqui não se faz.
Ah, para com isso Pacheco…
Porra, cara, não apanha. Eu vou bater no cara? Tenho 20 anos de polícia, tenho dois filhos para criar, você já viu o contracheque da polícia, tem escrito lá auxílio-cacete? Não é uma questão de ideologia, é uma questão de inteligência. Não vou ficar dando porrada nos outros, por quê? Para ser demitido e depois o Ministro da Justiça tirar onda e dizer que não tolera isso?
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