15 de fevereiro de 2015 | 11:24 Autor: Miguel do Rosário
Eis que, das mais profundas catacumbas de Miami, um braço se ergue, depois uma cabeça, um corpo, pernas, por fim uma corporação inteira: a JB Assas Corporation.
Joaquim Barbosa, sócio-proprietário e presidente da JB Assas Corporation, volta aos holofotes da mídia para exigir a demissão do ministro da Justiça.
A razão: o ministro da Justiça recebeu, de maneira transparente, advogados das empreiteiras, e talvez (espero eu) comece a se movimentar para evitar uma catástrofe: a paralisação completa das grandes obras de infra-estrutura, por conta da irresponsabilidade com a qual a operação Lava Jato vem sendo conduzida.
Centenas de milhares de empregos não podem ser destruídos porque a mídia encontrou mais um “menino que mudou o Brasil”.
A frase completa de Barbosa tem o sabor udenista dos anos 50.
“Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça”, postou ele no Twitter.
Nós, os brasileiros honestos…
Barbosa já começou a falar como candidato, daqueles bem udenistas, autoritários e hipócritas.
“Temos o direito e o dever de exigir”…
É muita arrogância.
Graças a Deus que este sujeito não é mais presidente do STF.
Além disso, é uma lástima dupla.
Primeiro porque Barbosa ainda nem sequer teve o cuidado de mudar o endereço-sede da corporação (JB Assas Corporation) que criou nos Estados Unidos, para pagar menos impostos na compra de um apartamento em área nobre de Miami.
O endereço continua sendo o apartamento funcional que ocupou em Brasília, enquanto foi ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Officer/Director Detail
Name & Address
GOMES, JOAQUIM B
SQS 312 BLOCKO K APT 503
BRASILIA, BR 70565-110 BR
Ou seja, a situação de sua “Corporation” continua ilegal.
Segundo porque a asserção de JB ajuda a blindar o ministro da Justiça, aquele mesmo que dá entrevista à TV Veja, e cuja substituição seria maravilhosamente bem vinda.
Conhecendo a já lendária teimosia de Dilma, agora que o Cardozo não sai nunca.
O que é uma pena.
Um novo ministro da Justiça, que tivesse mais diálogo com o Judiciário e o Ministério Público; e autoridade sobre a Polícia Federal, seria uma excelente contribuição para uma maior estabilidade na república, hoje à mercê de um destrambelhado ativismo judiciário orientado pela mídia.
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