Um grupo de parlamentares apresentou, ontem (6), uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Diogo Mainardi, do canal Globo News, por conta dos comentários discriminatórios feitos no programa Manhattan Connection após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
“O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi BOVINO, sempre foi subalterno em relação ao poder (...). É uma região atrasada, pouco educada, pouco construída que tem uma grande dificuldade para se modernizar (...). A imprensa livre só existe da metade do Brasil para baixo. Tudo que representa a modernidade está do outro lado”, afirmou o jornalista, que atribui a vitória de Dilma ao voto da nordestina, esquecendo que a presidenta venceu a eleição no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, estado do adversário Aécio Neves.
Na opinião da deputada Erika Kokay (PT-DF), uma das signatárias da representação junto ao MPF, o comentário de Mainardi “estimula o ódio e o preconceito” e não pode ser ignorado pelo poder público.
“Não podemos achar natural que um veículo e um jornalista possam destilar tanto ódio contra uma parte dos brasileiros e contra a vontade popular que se expressou pelas urnas, pela via democrática. A fala do jornalista incita o ódio e a discriminação. Acima de tudo, essa fala atenta contra o Estado Democrático de Direito e contra a dignidade humana e atitudes como estas precisam ser punidas”, afirma a parlamentar.
Erika Kokay espera que o MPF “tome as devidas providências, inclusive indenização, que cabe neste caso”.
A representação também foi subscrita pelas deputadas Alice Portugal (PCdoB-BA) e Luciana Santos (PCdoB-PE) e pelos deputados Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo na Câmara, Pedro Eugênio (PT-PE), coordenador da bancada do Nordeste, e Luiz Couto (PT-PB), além do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).
PT na Câmara
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