Nos Estados Unidos ou na Europa, aliado é aliado, adversário será tratado como adversário. Nos EUA o Partido Democrata não nomeia membros do Partido Republicano para cargos estratégicos e vice-versa, “em regra”. Isto não quer dizer que na política os governos, vira e mexe, podem e devem acordarem pautas de interesse da coletividade entre situação e oposição.
Assumindo o governo em 2003, LULA nomeou para o Banco Central um tucano eleito deputado federal pelo PSDB Henrique Meireles. Nomeou para o STF ministros tucanos de carteirinha como Joaquim Barbosa e César Peluso, e Eros Grau, que inclusive confessou na Folha de São Paulo: “É uma coisa muito engraçada. A maioria das pessoas acha que pelo fato de o presidente Lula ter indicado a mim, ao Joaquim Barbosa e ao Cezar Peluso ao Supremo, nós seríamos ligadas ao PT. Mas nenhum de nós é. Eu sempre fui ligado ao PSDB e minha origem lá atrás é sabida, diz Eros”. O mesmo vexame Dilma passou ao ser revelado que o Ministro da Defesa Nelson Jobim que declarou voto em Jose Serra, segundo a Folha de São Paulo, teria se trocado pela promessa de se manter em um Ministério, conforme entrevista: “O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), disse nesta terça-feira (26) ter votado em José Serra (PSDB) na eleição de 2010. Segundo ele, a então candidata Dilma Rousseff (PT) sabia de sua preferência pelo tucano. Depois de se eleger e de convidá-lo para o ministério, a petista não teria mais tocado no assunto”. Não podemos esquecer da derrubada da CPMF, que a base aliada juntou-se a oposição e derrubou a contribuição mais importante que financiava a saúde, apesar da própria oposição ter negociado manter a contribuição. Hoje, acho que os próprios tucanos estão arrependidos, porém o Lobby das empresas foi grande e teriam negociado os votos da oposição (os éticos) e setores da situação na época para derrotar o governo.
Em 2014, não foi diferente, apesar de o PMDB ter o vice presidente da República Michel Temer (reeleito), o presidente da câmara, o presidente do senado, observou-se uma grande margem de traição, até com supostos vídeos de lideranças nacionais do PMDB votando em Aécio. Percebe-se um bom percentual de traidores e não signatários das resoluções internas partidárias e não adeptos da democracia, é só ver a votação nos estados no quadro nacional, apesar ter eleito 7 governadores, 5 senadores e 66 deputados federais. O grande desafio do novo governo DILMA e do PT não está na oposição, mais sim transformar o PMDB e sua base em governo, para implementar as mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais que Brasil necessita.
Reudson de Souza
Bacharel em Administração
Pós-graduado em estratégia e gestão empresarial UFC
Graduando em direito - UNIFOR
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