Escrito por Daniel Pearl Bezerra
Por Rodrigo Rodrigues - Terra Magazine: Mais de dois anos depois de ter recebido a notícia de que estava com um câncer na laringe que o obrigara a raspar a barba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exibiu nesta segunda-feira (20), durante visita à presidente Dilma Rousseff, a nova barba que está deixando crescer.
A imagem divulgada pelo Instituto Lula mostra o ex-presidente com uma barba ainda rala e cheia de falhas, mas já sinalizando que o antecessor de Dilma está disposto a deixar crescer novamente aquela que outrora fora sua principal marca política, desde os tempos de líder sindical em São Bernardo e por mais de 40 anos.
Apesar da novidade, o encontro entre Lula e Dilma no Palácio do Planalto nesta segunda-feira não fora a barba do ex-presidente. O tema principal da visita é a reforma ministerial que Dilma pretende fazer na volta da visita dela ao Fórum Econômico de Davos (Suíça), onde deve anunciar a saída de um grupo de ministros e a chegada de novos ocupantes das pastas.
A viagem de Dilma para a Europa está prevista para quarta-feira, 22. Na sexta-feira,24, ela tem encontro marcado com diversos empresários e analistas financeiros, onde deve fazer um discurso para acalmar os mercados sobre a situação fiscal do Brasil.
O fato de Lula se reunir com Dilma é justamente para tratar de uma nova crise com o famigerado PMDB, que está de olho em ministérios mais graúdos e fez chegar ao ex-presidente reclamações contra Dilma, por ela querer regular o apetite por cargos do principal aliado.
O alvo central do PMDB é o ministério da Saúde de Padilha, que durante o governo Lula fora ocupado pela sigla, na figura de José Gomes Temporão. O PMDB também quer a pasta da Integração Nacional, que era do PSB de Eduardo Campos, que deixou a base em virtude da disputa de outubro.
Vale lembrar que o partido de Renan e Sarney já tem cinco ministérios (Minas e Energia, Previdência, Turismo, Agricultura e Secretaria de Aviação Civil)
Mercado ministerial
Entre os ministros que já anunciaram a saída estão Alexandre Padilha (Saúde), que concorre ao governo de São Paulo pelo PT, Gleisi Hoffmann (Casa Civil), que deve disputar o governo do Paraná, e Marcelo Crivella (Pesca), que concorre ao governo do Rio de Janeiro nas eleições de outubro.
No lugar de Gleisi, Dilma deve deslocar Mercadante para a Casa Civil e colocar Marta Suplicy na Educação, abrindo vaga no Ministério da Cultura. Outra opção de Dilma é colocar José Henrique Paim, secretário-executivo da pasta, no lugar de Mercadante.
Muita gente deve se lembrar que Fernando Haddad, hoje prefeito de São Paulo, também era secretário executivo da Educação e assumiu o ministério assim que Tarso Genro fora deslocado para assumir a presidência do PT, no auge do escândalo do mensalão, em 2005.
Para o lugar de Padilha, petistas dizem nos bastidores que o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Arthur Chioro, é o mais cotado e leva vantagem na escolha. Outro nome que tem circulado nos bastidores do governo é do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT), que já fora presidente da Câmara e teria sido sondado por emissários de Dilma para ocupar um mandato tampão até que a eleição de 2014 seja decidida.
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