Em artigo, Fernando Haddad aponta o erro de considerar Bolsonaro uma exceção no universo das elites brasileiras: "Bolsonaro é a recidiva agressiva de nossas patologias insuperadas"
29 de fevereiro de 2020, 07:01 h Atualizado em 29 de fevereiro de 2020, 07:33
247 - Em artido na Folha de S. Paulo, Fernando Haddad faz uma análise de Jair Bolsonaro à liz da antropologia e usa uma formulação de Lilia Schwarcz, no livro “Sobre o Autoritarismo Brasileiro” no qual ela "descreve as pragas trazidas pelos colonizadores da América portuguesa. São velhos conhecidos nossos: escravismo, patrimonialismo, mandonismo, patriarcalismo, intolerância etc".
Para Haddad, com Bolsonaro "aquelas características congênitas voltam a se manifestar ainda com mais força, causando uma espécie de estupefação nos que não foram infectados. Trata-se de uma nauseante “redescoberta” do Brasil, um pesadelo acordado".
Bolsonaro, informa Hadad, é um "vírus oportunista" que tem, "seus alvos preferenciais": mulheres, pobres, pretos, nordestinos, LBGTs, professores, jornalistas, cientistas, artistas etc., "ou seja, todos aqueles que representam, de alguma forma, uma ameaça, ainda que difusa, ao status quo são considerados inimigos".
"Assim, nada mais errôneo do que considerar Bolsonaro um raio em céu azul ou um acidente de percurso. Bolsonaro é a recidiva agressiva de nossas patologias insuperadas", avalia o ex-prefeito.
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