Foto: Carlos Roberto-Secom-PGR
O Brasil assiste estupefato a mais um espetáculo de horrores protagonizado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Insulto, agressão, calunia e difamação contra a jornalista Patrícia de Campos Mello estão cunhados na fala proferida por Bolsonaro na terça-feira (18), e que levaram parlamentares da Câmara e do Senado a ingressarem na tarde desta quarta-feira (19), com uma representação junto à Procuradoria-Geral da República pelo crime de quebra de decoro por parte do presidente Bolsonaro.
“Olha a jornalista da Folha de S.Paulo… Tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: ‘Eu sou (…) do PT’, certo? O depoimento do Hans River foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele. (…) Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim [risos dele e dos demais]”, consta na representação, essa fala de Jair Bolsonaro que caracteriza a quebra de decoro do presidente.
A manifestação machista e misógina causou indignação e preocupação do Congresso Nacional representados nas 74 assinaturas que consignam a representação na PGR.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN), uma das signatárias da ação, disse que assinou a representação por considerar dois fatos “gravíssimos” na fala do presidente. Um deles é o ataque às mulheres. “Quando a autoridade máxima da República trata com desprezo uma mulher, essa autoridade está legitimando uma violência que acontece a cada dia dentro de casa, no transporte público, no ambiente de trabalho, enfim, em tantos ambientes nos quais nós mulheres passamos por violência”, disse indignada a deputada.
Liberdade de imprensa
Outro ponto grave considerado pela parlamentar é o ataque contra a liberdade de imprensa, contra a democracia. “Gostaria de reforçar o símbolo negativo que isso representou no ataque à imprensa. A democracia não avisa quando está morrendo. Está acontecendo hoje no Brasil uma escalada autoritária e uma das faces dessa escalada autoritária é forma desrespeitosa e violenta com a qual o presidente Bolsonaro trata os jornalistas. Diante de tudo isso, não podíamos nos omitir”, afirmou.
Esse encaminhamento institucional, continuou Natália, vai além da denúncia política, ela exige uma resposta da PGR “para que tome providências, para que apure se essa fala do presidente vai ser normalizada, se as instituições vão assistir omissas e caladas a essa escalada do autoritarismo no Brasil”.
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