Apesar de ser permitida somente a partir de 6 de julho, a campanha eleitoral já corre livre na internet. A cada dia, proliferam nas redes sociais comunidades “pró” e “contra” os possíveis candidatos às eleições deste ano. Além de sites específicos, redes sociais como Facebook e Twitter abrigam comunidades e perfis extraoficiais dedicados às diversas candidaturas, desde a Presidência da República até aos governos estaduais.
No caso do Ceará, em uma rápida busca, são encontradas com facilidade comunidades defendendo a candidatura do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) ao Senado, do senador Eunício Oliveira (PMDB) ao governo do Ceará, assim como da ex-secretária de Educação do Estado, Izolda Cela (Pros) - uma das possíveis indicações do governador Cid Gomes (Pros) à sucessão. A página do Facebook em apoio à ex-secretária, inclusive, é alvo de investigação pela Procuradoria Regional Eleitoral do Ceará (PRE/CE) por possível prática de propaganda eleitoral antecipada e, por conta disso, foi retirada do ar por seus idealizadores.
A diversidade é grande e os possíveis candidatos dispõem de novas manifestações a cada dia. A página “Eu apoio Izolda Cela” tinha inúmeros seguidores. O número de usuários é crescente, sobretudo, em relação ao apoio a Eunício Oliveira e Tasso Jereissati, protagonistas de páginas favoráveis as suas pretensões eleitorais.
O consultor político, Aurizio Freitas, explica que o uso de ferramentas da internet, em especial das redes sociais, como canal de interatividade com o cidadão fará parte da rotina da disputa eleitoral deste ano e será instrumento utilizado para propagandear a mensagem e a imagem do candidato, seja ao comando do Executivo ou ao Parlamento.
“O grande uso é a mobilização, inclusive para pré-campanha”, disse, ressaltando que, neste momento, a prática fere a legislação, uma vez que a minireforma aprovada em novembro passado só valerá para as eleições de 2016, quando a internet estará liberada antes do processo, sem restrição de calendário eleitoral.
Aurizio Freitas também destaca o poder social da rede mundial de computadores. “As redes sociais irão mobilizar pessoas para fazer críticas ao governo e isso pode influenciar”, disse. Por isso, ressalta a importância que as campanhas devem dar à internet na formação da opinião do eleitorado.
Para ele, essa será a grande característica deste pleito: o uso das redes sociais para contestar os governantes e políticos em geral, a exemplo do que aconteceu em junho de 2013, quando jovens foram às ruas para protestar contra o aumento na tarifa de transporte público em São Paulo.
Segundo ressaltou o especialista, os candidatos estão se preparando para esta guerra virtual, bem como para argumentarem a seu favor diante dos ataques, explicando que as manifestações de rua deixaram a classe em alerta.
SAIBA MAIS
O tema gera controvérsia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que assumirá a presidência do TSE, em maio, já manifestou posição favorável à ampliação do período eleitoral, hoje restrito aos três meses que antecedem a disputa, e a liberdade da campanha nas redes sociais. Atualmente, a legislação prevê retirada da propaganda irregular, e multa ao candidato.
De acordo com o calendário eleitoral, somente no dia 6 de julho estará liberada a propaganda eleitoral. Até esta data, qualquer tipo de campanha é considerada ilegal, inclusive na internet.
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