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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os diferentes modelos de cercas utilizados nas propriedades rurais do Brasil

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Nos primórdios da civilização, o próprio homem conduzia seu rebanho nos campos naturais, sendo depois auxiliado por cães. O conceito da cerca surgiu a partir da existência natural de barreiras físicas como valas, rios, córregos e marcos de pedra. Com o crescimento populacional e aumento dos rebanhos, houve a necessidade de limitar o espaço por meio da demarcação e apropriação de terras e sua divisão em áreas de cultura e pastagens. Passou-se então, a utilizar forma mais intensiva, os recursos naturais existentes para a construção de cercas de pedra, de vegetação tombada conhecidas por ramadas ou coivaras, cercas vivas, cercas de madeira que, posteriormente, com o advento do fio metálico produzido em larga escala, difundiu esta prática por todo o mundo.

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As cercas passaram a ser importantes, não só na delimitação de fronteiras, mas também, na divisão de piquetes como alternativa para manejar a pastagem e, consequentemente, aumentar a produtividade animal. A expansão das áreas de pastagens e fronteiras agrícolas contribuiu para o aumento da exploração indiscriminada das reservas florestais para a extração de madeiras e a consequente degradação ambiental.

Na maioria das propriedades brasileiras, as cercas são de arame farpado, arame liso e, mais recentemente, eletrificadas. As cercas elétricas podem ser instaladas em vergalhões, postes tradicionais de madeira ou em moirões vivos. A cerca de arame liso ou farpado com balancins (acessório preso aos fios de arame da cerca, na posição vertical, o qual permite firmá-los, mantendo uma maior distância entre moirões), como forma de economizar madeira, é cada vez mais utilizada pelos pecuaristas, por apresentar menor custo. Outro modelo utilizado é com moirões pré-moldados de concreto, porém, ainda é pouco acessível diante de seu custo elevado.

Existem diversos tipos de cercas que podem variar na sua aparência, custo, funcionalidade e aplicação.

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As cercas de arame podem ser construídas com mourões de madeira, cimento, etc., fincados a determinada distância uns dos outros. Neles são fixados, com grampos-de-cercas, os arames paralelos e cujo número varia, normalmente, de 3 a 12, conforme o objetivo e o local da cerca. São, em geral, mais baratas do que as cercas de madeira e sua construção é mais rápida e fácil. Exigem menos conservação e são de grande durabilidade quando construídas com mourões de madeira de lei ou tratadas, cimento, aço e arame de boa qualidade. É considerada a mais prática sendo a mais utilizada em todo o mundo.

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As cercas de madeira são usadas principalmente para currais, baias e mesmo piquetes. É muito caras, se compararmos ao custo das cercas de arame, devido ao elevado preço da madeira.

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As cercas de bambu são muito empregadas para fechar quintais, pequenos cercados para hortas ou animais, divisão de pequenos pastos, etc. Os bambus podem ser usados roliços (inteiros) ou rachados. São de fácil construção e sua durabilidade é relativa. Essas cercas podem ser de "bambu deitado" ou de "bambu em pé".

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As cercas de pau a pique ou faxina, de uso quase proibitivo, exceto nas regiões de muita madeira ou de difícil escoamento para elas, devido aos elevados preços da madeira, são construídas com as achas fincadas bem juntas, verticalmente e amarradas umas às outras, com arames, cipós ou travessas de madeira. São usadas, em geral, para fechar currais, mangueirões (para porcos) e piquetes.

Cercas de varas deitadas ou cama. São usadas mais em pequenos imóveis e sua durabilidade varia de acordo com a qualidade e o estado da madeira utilizada. Não são das mais bonitas, porque nelas são aproveitadas varas, troncos e ramos dos mais variados tamanhos, formatos e "grossuras", amarrados com cipós aos mourões.

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As Cercas Vivas são formadas por certas espécies de plantas, em geral, com bastantes espinhos (porque melhores são os seus resultados), alinhadas lado-a-lado, bem juntas ou com espaço entre elas, de acordo com o seu objetivo: embelezamento de parques e jardins ou para servir de divisão, dependendo dos animais que devem conter. É preferível que essas cercas fiquem perto da sede do imóvel ou de casas de empregados, pois exigem tratos e uma boa assistência, principalmente quando as plantas são novas.

Seja de madeira, pedra, cimento, tijolos, com galhos de árvores, eletrificadas, as cercas são cada vez mais necessárias para delimitar as propriedades e conter os animais. A escolha do material depende da existência da matéria prima na região e do poder aquisitivo do proprietário.

Dr. Lima

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