Delúbio Soares (*)
Para muito mais além da data que mobiliza os povos e reacende a chama sagrada da fé em Deus e da crença nos melhores ideais do homem, nós, os brasileiros, temos muito a comemorar no Natal de 2011. Ele é o Natal da reafirmação de nossos ideais.
Nem a banalização comercial das festividades natalinas, nem os costumeiros pregoeiros das pretensas dificuldades intransponíveis que a cada novo ano “estariam” por chegar, conseguem retirar de nossos corações a centelha da fraternidade ou a disposição de lutar por um Brasil melhor e mais justo.
Nada ou ninguém logrou empenar o brilho das imensas conquistas do Brasil que estamos construindo desde que, em 2002, nosso povo tornou-se o principal agente de sua própria história, e com a eleição de um líder popular, o Estadista Luiz Inácio Lula da Silva, mudou o destino de nossa pátria. Uma mudança radical, porém pacífica. Profunda, mas para muito melhor.
Já há quase uma década os brasileiros comemoram o Natal com um Brasil transformado, com suas velhas estruturas sacudidas por mudanças que fizeram de um país derrotado, sem credibilidade alguma e desmoralizado perante o mundo, uma Nação vitoriosa e forte, sétima economia do planeta e respeitada pelas demais Nações, protagonizando papel de destaque no novo mundo que surge no competitivo século XXI.
O Natal dos brasileiros é a comemoração de um país que, mesmo ainda tendo muito a fazer, conseguiu reduzir a imensa legião de excluídos, trazendo 40 milhões de irmãs e irmãos nossos para a classe média e o mercado de consumo. Não se conhece nenhum outro país, NENHUM OUTRO, repito, que tenha operado autêntica revolução social como essa, sem uma gota de sangue, mas com alegria, fraternidade, decisão política e respeito humano.
Não foram o simpático velhinho vindo das terras gélidas da Lapônia, nos confins da distante Finlândia, num imaginário trenó voador puxado por renas resplandecentes, o que mudou a vida de milhões de brasileiros nos finais de ano desde então. Foram Lula, Dilma e suas equipes de governo, foram suas políticas de governo, foram técnicos competentes e funcionários públicos abnegados, foram brasileiros de todos os rincões, que se uniram para que programas sociais audaciosos e absolutamente necessários saíssem do papel e se tornassem comida no estômago de milhões de brasileiros que não comiam; que se tornassem salas de aulas e leitos hospitalares para brasileiros que não conheciam o alfabeto ou morriam à míngua; que se tornassem produção, emprego e crédito, para que milhões de brasileiros pudessem trabalhar, produzir, comprar, vender, empregar, plantar, colher, exportar, adquirir bens, girar a economia e sustentar o crescimento de um país que não existe para ser senão vencedor e generoso.
O Natal dos brasileiros é singular, histórico, emblemático. Faz algumas décadas, uma jovem deixou a comodidade de uma família de posses, sua carreira universitária e sua vida tranquila, para enfrentar a ditadura militar que infelicitava nosso país. Presa, pagou altíssimo preço por seu idealismo e coragem, sendo barbaramente espancada e torturada nos cárceres da repressão política. Foi perto do Natal de 1970, por 28 dias seguidos.
Em 2011, os brasileiros comemoram o Natal sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, que praticamente já conclui seu primeiro ano de governo. Foi um período sem sobressaltos, de firmeza e trabalho, onde a coragem e o idealismo da jovem que enfrentou a ditadura continuam intactos na presidenta operosa, conciliadora e visionária. O Brasil do futuro venceu o Brasil do passado. A ditadura que a torturou é uma página nefasta em nossa história. Ela venceu a mais sórdida campanha eleitoral já assistida pelos brasileiros. O machismo, também, foi derrotado e Dilma mostra ao mundo, com invulgar competência, a capacidade da mulher brasileira, escrevendo uma belíssima página em nossa história.
Muito foi feito e muito há por se fazer. As imensas batalhas que travamos pelo Brasil de hoje, democrático e cheio de possibilidades de mais desenvolvimento para sua gente, são poucas em vista do que ainda teremos de lutar. Mas, venceremos.
Não nos iludamos: as forças da reação, os que atrasaram esse país por décadas, por séculos, os que privatizaram de forma lodosa e impatriótica, os que não nos perdoaram a chegada de um operário à presidência da República, odiaram seu brilhante governo, promoveram uma impressionante “guerra santa” contra a eleição da primeira presidenta e não se conformam com seu excelente desempenho, continuarão tramando contra o Brasil e os interesses maiores de seu povo. Portanto, comemoremos o Natal de um Brasil vitorioso e, também, façamos o chamamento para um Ano Novo de trabalho e luta por nossos ideais de desenvolvimento com justiça social.
Em 2012, como em todos os anos de nossas vidas, estará – dentro de cada coração – acesa a velha chama da liberdade e da democracia. E ela nunca se apagará.
(*) Delúbio Soares é professor
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