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domingo, 20 de junho de 2010

Festivais de Quadrilhas movimentam Sobral

Esta cidade da Zona Norte do Estado também entra no clima das tradições juninas. Envolve-se nos festivais de quadrilhas que acontecem por vários municípios da região, com a apresentação de suas quadrilhas juninas, muito forró pé-de-serra e comidas típicas. A festa ocorre em todo canto da cidade, aquecendo a economia local e, também, gerando boas expectativas de venda se comparado com outro período do ano, como as festas de fim de ano.

Por trás dessas apresentações, entre uma quadrilha e outra, há todo um preparativo que movimenta uma economia que envolve pequenos, médios e grandes comerciantes da cidade, além de profissionais liberais. Lucro que os organizadores das quadrilhas não costumam revelar. Para eles o mais fácil mesmo é calcular o quanto está sendo investido.

Uma das mais tradicionais quadrilhas juninas da cidade, a Pisa na Fulô, este ano completa oito anos de fundação. Com o tema "Santo Antônio e São Pedro, eu vos louvo com fervor!!!", o coordenador da quadrilha Pisa na fulô, Paulo Gadelha, faz questão de frisar que, em nove meses de preparação, já foram gastos mais de R$ 12 mil, entre figurino, cenário, tocadores, transportes e com a equipe responsável em montar o espetáculo.

Confecção de roupas

O material para confecção das vestimentas foi comprado em Fortaleza. Poderia ter sido em Sobral, no entanto, o alto custo e a falta de opção acaba impedido que o dinheiro seja gasto no comércio local. "Mesmo pagando passagem, ainda é mais lucrativo comprar o material em Fortaleza, que nos oferece um estoque bastante variado", disse Paulo Gadelha.

Mas há quem sai lucrando com a montagem desses grupos de quadrilhas na cidade, as costureiras e as bordadeiras, que se dedicam horas e horas na confecção das roupas que dão o colorido diferente e faz a alegria de cada dançarino. Dona Sebastiana Lima é uma dessas costureiras. Ela revela que com o serviço extra ela espera conseguir comprar algo diferente como, por exemplo, um televisor mais moderno.

Outros profissionais também acabam lucrando com a realização desses festivais de quadrilha. São as empresas de segurança particular. Uma das maiores empresas com atuação na região, A.S. Segurança, costuma empregar cerca de 120 profissionais que, além do salário, recebem alimentação e transporte para deslocamento até o local do evento.

"A maioria recebe um salário de R$ 600,00 por 16 dias de trabalho. É um ganho extra que acaba ajudando na economia familiar", comenta o coordenador de eventos, José Ricardo. As quermesses, festas escolares, os "arraiás" promovidos pelas prefeituras e também as tradicionais festas familiares impulsionam principalmente os setores alimentício, têxtil e, ainda, de eventos.

Bom desempenho

Além do ramo alimentício, outro segmento que tem apresentado bom desempenho e vendas aquecidas neste mês é o setor têxtil. Para compor uma quadrilha, os participantes precisam ter trajes adequados: as mulheres com vestidos cheios de babados e os homens com camisas xadrez. O comércio que lucra com estes trajes típicos são as lojas de tecidos, empresa de confecção ou, também, venda e aluguel de fantasias.

No comércio há quem encontre motivos para se envolver nessas festas, típicas do Nordeste brasileiro. Os vestidos coloridos e os tecidos estampados estão ali, para apreciação dos brincantes e do público.

Aquecimento

O empresário Gentil Pontes, que gerencia duas lojas no Município de Sobral, classifica como o segundo melhor período do ano, se comparado com as vendas de fim de ano, onde comércio é aquecido com as promoções de Natal e Ano Novo. Ele diz que as vendas chegam a crescer em torno de 30%, principalmente se acompanhado do clima de Copa do Mundo. "Nós já tivemos que, por duas vezes, renovar o nosso estoque", diz Gentil Pontes.

Ele lembra que a procura por tecidos relacionados ao tema junino tem sido grande, principalmente por alunos das escolas da rede de ensino. "Nós temos um estoque bastante variado, mas são os estudantes, principalmente das escolas da rede pública, que compram os nossos tecidos e, é claro, as pessoas das cidades circunvizinhas".

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