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segunda-feira, 2 de março de 2015

Cai a máscara moralista do PSDB, que se recusa a assinar pedido de CPI do HSBC

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Dos dez integrantes da bancada do PSDB no Senado, nenhum assinou o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do SwissLeaks-HSBC. O requerimento foi protocolado e anunciado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na quinta-feira (26).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) decidiu, ainda na quinta, acatar o pedido de instalação da CPI. O senador Humberto Costa (PT-PE), líder do PT no Senado, afirmou que o requerimento tem apoio dos 14 parlamentares petistas na Casa. “Esta Comissão Parlamentar de Inquérito será extremamente importante para elucidar fatos que, até agora, têm sido colocados em segundo plano no Brasil, até mesmo pela mídia. Nós podemos dar uma grande contribuição, esclarecendo a dimensão efetiva que esse esquema de sonegação tem no Brasil”, disse Humberto Costa.

Deputados petistas criticaram duramente a postura dos tucanos. “Onde anda a sanha investigativa do PSDB? Afinal, quem tem conta ilegal na Suíça para eles quererem proteger?”, questionou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) através de sua conta no Twitter.

“A recusa do PSDB é prova muito concreta de que, diferente do que diz o partido no discurso, os tucanos não querem passar o Brasil a limpo, não querem investigar os casos de corrupção. Se dispõem a fazer isso apenas quando o objetivo é minar a credibilidade do governo federal, da presidenta Dilma e do PT. O que move o PSDB e suas lideranças é uma guerra de cunho apenas político-partidário e eleitoral. É preciso desmascarar essa faceta do PSDB de defensor da moral e dos bons costumes. A presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, à frente do governo federal, sempre garantiram as investigações de tipo de crime, doa a quem doer. Essa é a grande diferença entre o PT e o PSDB”, afirmou o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

“O PT defende que toda e qualquer corrupção seja investigada. O PSDB desistiu da CPI da Petrobras quando foi apresentado um requerimento para que ela investigasse a corrupção da estatal desde o seu início. Agora, os senadores do PSDB não assinaram a CPI do HSBC, para investigar a sonegação das contas bilionárias na Suíça. Qual o motivo desse comportamento dos tucanos? Isso é, no mínimo, estranho”, declarou o deputado Fernando Marroni (PT-RS).

“Quer dizer que o denodo investigativo tucano – que engrossou o coro para que se fizessem até três CPIs sobre o mesmo tema (Petrobras) – acaba quando se fala em grandes fortunas? O que teme o PSDB ao não assinar a CPI do HSBC? Esta posição dos tucanos é a cara deles e revela a sua aliança permanente com a elite. Não por acaso, são os mesmos que chamaram aposentados e beneficiários do Bolsa Família de vagabundos. Pois eu digo: vagabundo é quem especula. E quem tem dinheiro na Suíça escondido é especulador”, atacou o deputado Bohn Gass (PT-RS).

“Todo mundo sabe que o PSDB sempre teve envolvimento com vários tipos de falcatrua, mas faz luta política posando de paladino da justiça. Agora estão aproveitando o momento de crise econômica internacional para tentar imputar ao PT todo tipo de mazela que teve origem no governo deles, no governo FHC, mas que eles não tiveram coragem para apurar, como é o caso da Petrobras. A recusa em assinar a CPI do HSBC só reafirma isso, que não se restringe aos tucanos, pois agora vemos o Agripino Maia, presidente nacional do DEM que coordenou a campanha do candidato derrotado Aécio Neves”, disse o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).

Ao apresentar o requerimento no plenário, Randolfe afirmou ter conseguido, até aquele momento, apoio de 31 senadores para a criação da CPI.

O caso do HSBC, também conhecido como “Suiçalão”, veio à tona após jornalistas localizarem contas secretas mantidas por sonegadores com movimentação superior a US$100 bilhões. Mais de 6 mil contas atendem a 8,6 mil clientes brasileiros, com movimentação superior a US$7 bilhões – cerca de R$ 20 bilhões. Dentre as contas, 11 delas têm como titulares pessoas envolvidas na Operação Lava Jato.

A comissão investigará suspeitas de sonegação e evasão fiscal por meio de contas de brasileiros na filial do HSBC em Genebra, na Suíça. Para instaurar a comissão, seriam necessárias, no mínimo, 27 assinaturas.

Com a decisão de Renan, os senadores deverão incluir ou retirar as assinaturas de apoio à CPI até a meia-noite desta sexta-feira (27). Se o mínimo de assinaturas for mantido, o requerimento será lido em plenário. Depois, os partidos poderão ser convidados a indicar os membros para a comissão e instaurar a CPI.

PT na Câmara com informações da Agência PT

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