Foto: Flickr.com/MATEUS_27:24&25
O Papa Francisco oficiou nesta quinta-feira em português a missa de ação de graças ao espanhol José de Anchieta, na qual afirmou que a causa da canonização do padre, conhecido como o Apóstolo do Brasil, foi "não temer a alegria".
O pontífice explicou que o santo, nascido nas Ilhas Canárias, foi um exemplo dessa alegria, fruto da "força de atração dos discípulos de Jesus". Francisco ressaltou que isso é exatamente o que José de Anchieta ensina, "sua alegria", que "para nós deve ser uma herança".
A missa foi celebrada na igreja romana de Santo Inácio de Loyola, um local simbólico, já que o santo espanhol (1491-1556) foi o fundador da Companhia de Jesus, da qual também faz parte o próprio pontífice argentino. Nela estiveram presentes autoridades, fiéis e religiosos tanto da Espanha como do Brasil, como o vice-presidente, Michel Temer, além de membros do clero.
A chegada de Francisco à igreja aconteceu às 17h50 (hora local, 12h50 de Brasília), recebido, como sempre, por vários fiéis e curiosos que o receberam com ovações. Uma recepção mais numerosa que o habitual, já que atualmente Roma se encontra tomada por milhares de fiéis, turistas e peregrinos que chegaram à cidade para presenciar, no próximo domingo, as canonizações de João XXIII e João Paulo II.
No altar, o Papa Francisco surpreendeu ao oficiar a cerimônia de ação de graças ao santo em português, embora para a homilia tenha optado pelo espanhol.
Para a ocasião, o pontífice vestiu uma batina branca com o sol, a estrela e a flor de nardo bordados em dourado. Segundo uma antiga tradição heráldica, estes símbolos, também presentes em seu escudo pontifício, representam Jesus (sol), a Virgem Maria (estrela) e São José (flor), padroeiro da Igreja católica.
Ao término do ofício, o Papa se deteve por uns instantes para orar diante de da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira o Brasil. Durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro em julho do ano passado, Francisco visitou seu santuário, onde se prostrou aos pés da padroeira, em cujas mãos encomendou sua vida e seu pontificado. Ao término da missa, o general dos jesuítas, Adolfo Nicolás, presente na cerimônia, entregou ao Papa uma relíquia do novo santo, o primeiro jesuíta a viajar para a América.
Ao sair do templo, dezenas de fiéis, a maioria brasileiros, abordaram o pontífice para dar presentes, tirar fotos e cumprimentá-lo. A situação dificultou a passagem do Papa, fazendo com que a gendarmaria atuasse para permitir que Francisco chegasse a seu carro.
O próprio Francisco foi quem, em 3 de abril, assinou o decreto para beatificar José de Anchieta graças à chamada "canonização equivalente", ou seja, sem necessidade de milagres e pelo reconhecimento do fervor popular.
O santo é conhecido como o Apóstolo do Brasil por seu trabalho evangelizador e humanitário e é venerado especialmente em São Paulo, cidade da qual foi um de seus fundadores.
--EFE
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