É impressionante avaliar como nos tornamos reféns das nossas expectativas
em relação ao mundo e às pessoas. Trata-se de uma espera ansiosa e nem
sempre certa, embora o possa parecer em princípio. Às vezes, temos a
sensação de possuir certos direitos. Podemos basear nossas expectativas em
probabilidades ou promessas. Esperamos um bem cuja realização julgamos
provável. Desejamos e achamos que vai acontecer. Mas, muitas vezes,
simplesmente não acontece. Passam-se dois dias, cinco... Passam-se meses,
anos... Passam-se décadas... E nada acontece. O tempo de Deus não é igual
ao nosso.
Na segunda carta de Pedro, capítulo 3, versículos 8 e 9 está escrito:
“Amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos,
e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que
alguns a tenham por tardia; mas é paciente para conosco, não querendo que
alguém se perca, senão que todos venham a se arrepender.”
Ora, se sofremos as demoras de Deus é porque ainda não chegou o momento da
consolação. Em Eclesiastes, capítulo 3, versículo 1 se lê: “Para tudo há
uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu.” A expectativa
pode ser boa ou ruim, dependendo da forma como a empregamos. Ansiedade
demais traz apenas sofrimento e dor. Cansa, exaure, faz a fé minguar. Para
obtermos sucesso em nossa espera, a expectativa deve estar acompanhada da
confiança. Crença de que tudo irá chegar ao seu bom termo, pois Deus não
desampara seus rebentos.
Ficar esperando inúmeras vezes leva à desolação, principalmente quando não
estamos preparados para as demoras do Senhor. Um dia para Ele é como mil
anos, e mil anos como um dia. A alma do crente é preciosa para Deus,
portanto, Ele empreende esforços para não deixar que se perca um só filho
seu, mas se arrependa enquanto ainda há tempo.
Às vezes, anos são necessários para que a pessoa perceba onde está
errando. Sem consciência do erro não há conversão nem mudança de vida.
Justificar nossos deslizes pode ser eficaz entre os homens, mas é
completamente ineficiente diante de Deus e seus estatutos. Somente o
arrependimento nos assegura o perdão e a chance de trilhar uma nova vida.
Qual a sua expectativa? O que está esperando? Um emprego, uma casa, um
carro? Saúde, sucesso, dinheiro, reconhecimento? Ótimo. Necessitamos de um
mínimo para nos sentirmos bem e felizes. Agora pergunto: como anda sua
moral, seus costumes, sua ética, sua prática diária? Consegue andar de
cabeça erguida entre os homens de bem?
Nada adianta esperar benção se a vida que apresenta merece repreensão.
Corrige primeiro suas maneiras, então poderá clamar pela misericórdia e
graça do Pai Celeste. No segundo capítulo de Habacuque, versículo 3b,
encontramos: “Ainda que se demore, espere-a; porque ela certamente virá e
não se atrasará.” O tempo de Deus é perfeito e suficiente para nos fazer
enxergar o que não desejamos ver, para nos conscientizar acerca da
necessária mudança que impede a graça de se manifestar em nossa vida.
Se não compreendemos é porque ainda nos falta fé. A confiança nas
promessas divinas é alicerce para o exercício da espera não ansiosa ou
angustiante. Expectativa sem confiança é tarefa frustrante para qualquer
pessoa. Cansa, desanima, abala emocionalmente. Com confiança é certeza de
vitória, é alegria, é benção para a nossa vida.
Se existe algo certo é que não estamos sozinhos diante das incertezas e
problemas da vida. Podemos contar com o auxílio que vem do alto. Nossas
expectativas devem estar alicerçadas, porém, no tempo de Deus e não no
nosso. Com confiança e fé venceremos mais essa prova!
Maria Regina Canhos (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
O tempo de Deus
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