ROMA - No mesmo dia em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu todas as operações aéreas sobre a Líbia , um relato do bispo Innocenzo Martinelli, vigário de Trípoli, deu conta de que ao menos 40 civis foram mortos durantes os ataques aéreos das forças aliadas à capital. A Otan já afirmou que vai investigar o relato de Martinelli, mas disse que não tinha confirmação de baixas em Trípoli.
- Os ataques aéreos deveriam proteger civis, mas eles estão matando dezenas deles - informou Martinelli, por telefone.
- No bairro de Tajoura, cerca de 40 civis foram mortos, e uma casa foi destruída com uma família inteira dentro - acrescentou.
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O religioso afirmou que as informações vieram de pessoas que trabalham junto ao Vaticano "e têm muitos contatos com moradores, que estão em campo e conhecem a situação muito bem".
- Eu descarto que eles possam estar me relatando uma versão alinhada com o governo (Kadafi) - explicou.
- Eu não vi por mim mesmo, mas conheço bem estas pessoas - completou.
Autoridades líbias levaram repórteres estrangeiros para locais onde eles afirmam terem havido ataques aéreos em Trípoli, mas as evidências de baixas entre civis foram inconclusivas. As potências ocidentais afirmam, por sua vez, que não confirmaram mortes após os confrontos.
O comandante das operações da Otan na Líbia, o tenente-general canadense Charles Bouchard, disse a jornalistas em Naples que a organização vai avaliar as informações do bispo.
- Estou ciente deste relato. É uma notícia e eu valorizo a fonte desta informação, mas é importante ressaltar que avaliamos estas questões com seriedade - afirmou Bouchard.
- Somos muito cuidadosos no ataque a qualquer possível alvo que tenhamos. Temos regras muito rígidas do compromisso assumido por nós, e estamos operando sob a ordem legal das Nações Unidas - completou.
Martinelli relatou ainda que os bombardeios ocidentais também atingiram áreas próximas a hospitais, citando um em Mizdah, uma cidade a 145 quilômetros da capital. Segundo ele, enfermeiras filipinas afirmaram que o hospital teve que ser evacuado após ataques.
A Fides, a agência de notícias das ações missionárias do Vaticano, afirma que Martinelli está há dez anos na Líbia e tem uma rede de contatos muito grande no país. Atualmente, cerca de 100 mil católicos vivem na Líbia, principalmente estrangeiros que trabalham como enfermeiros em hospitais.
- Bombas nunca resolvem problemas. Os alvos militares muitas vezes estão no meio de áreas civis, e mesmo quando não estão, nunca se sabe quem está dentro - afirmou Martinelli, relatando que as condições de vida em Trípoli estão piorando a cada dia, com o racionamento de suprimentos. Segundo ele, moradores precisam enfrentar filas para comprar comida e gasolina.
Martinelli ainda avalia que há um impasse militar no país e que a melhor solução seria um acordo diplomático:
- É por isso que digo que uma solução diplomática é a melhor forma de colocar um fim no derramamento de sangue, oferecendo a Kadafi uma saída digna.
O Globo; com agências internacionais
GRIFO DE FÁBIO SANTOS : Bombas podem ser "inteligentes" mas não são mágicas.
Elas não reconhecem bebes, idosos ou civis desarmados e com isso se desativam.
Elas explodem AONDE forem mandadas explodir, e pronto.
Então estas "bombas inteligentes" , estes "ataques cirurgicos" (belos eufemismos), dependem de pessoas do outro lado comandando tudo.
Estas pessoas dependem de informações, que nem sempre são precisas. e algumas ainda, variáveis imprevisíveis.
Em resumo, este papo de "bombas inteligentes" e "ataques cirurgicos" que não matam nenhum civil, é CONVERSA PRÁ BOI DORMIR.
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