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segunda-feira, 18 de abril de 2011

S&P coloca dívida soberana dos EUA em perspectiva "negativa"

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A agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) rebaixou, nesta segunda-feira, de "estável" para "negativa" a perspectiva da dívida soberana dos Estados Unidos devido a seu déficit orçamentário e elevado endividamento.

Entenda o que é "rating" ou nota de risco

A perspectiva negativa significa um alerta de que a agência pode rebaixar em seguida a nota da classificação de risco dos EUA. Atualmente, o país tem a melhor nota de risco, em AAA, o mais alto nível do grau de investimento.

Os Estados Unidos reagiram à notícia alegando que a S&P "subestima" a capacidade de Washington de reduzir seu déficit orçamentário.

O anúncio da S&P derrubou preços das ações nos EUA. O índice Dow Jones desvaloriza 1,67%, para 12.136 pontos. O Standard & Poor's 500 tem oscilação negativa de 1,52%, para 1.299 pontos. O índice Nasdaq, da Bolsa eletrônica de mesmo nome, recua 1,89%, para 2.711 pontos.

A S&P justificou que vê riscos de que o governo e oposição possam não chegar a um acordo sobre o plano para reduzir o déficit no orçamento dos EUA.

A agência informou que existe uma em três chances de que a nota de risco de títulos de longo-prazo americanos seja rebaixada nos próximos dois anos.

"Os Estados Unidos têm o que nós consideramos um grande déficit orçamentário e crescente endividamento do governo e o caminho para resolver esses problemas não está claro para nós. Por isso, nós revisamos a perspectiva de risco de longo-prazo de estável para negativo", disse a agência em uma nota.

Os preços dos títulos do governo americano caíram depois do anúncio, ao mesmo tempo em que ações no mercado futuro ampliaram suas perdas.

PLANO DE OBAMA

Na quarta-feira passada (13), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em discurso que planeja reduzir o déficit americano em US$ 4 trilhões nos próximos 12 anos.

A proposta do partido Republicano era de promover um corte de gastos do mesmo tamanho, mas em 10 anos.

Obama citou que a redução do déficit será feita com um corte de US$ 2 trilhões das despesas do Orçamento. E com a meta de reduzir em US$ 1 trilhão o pagamento de juros da dívida e o corte de US$ 1 trilhão em benefícios fiscais, principalmente para milionários e bilionários, em uma reforma do sistema de impostos.

A projeção para o crescimento da economia em 2011 está em 2,8%. O déficit para 2011 deve chegar a US$ 1,5 trilhão. A dívida pública está hoje em US$ 14,26 trilhões.

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