Cerca de 300 israelenses de esquerda, entre eles 17 laureados com o Prêmio Israel, a mais alta distinção no país, no setor das Artes, Ciências e Letras, pediram nesta quinta-feira, em Tel Aviv, a criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967. O apelo, que retoma os termos da Declaração de independência de Israel, foi simbolicamente assinado na tarde desta quinta-feira, hora local, diante do mesmo local onde o Estado de Israel foi proclamado, no dia 14 de maio de 1948 em Tel Aviv. Uma contramanifestação de extrema-direita reuniu nas proximidades dezenas de pessoas que chamaram os que assinaram o apelo de "traidores". A polícia interveio, em seguida.
Entre os que pediram o Estado palestino, estão os professores Yehouda Bauer, David Tartakover, o historiador Zeev Sternhell, o ex-presidente da Academia de Ciências, Menachem Yaari, a fundadora do partido Meretz (esquerda laica) Shoulamit Aloni, o pintor e escultor Danny Karavan, assim como o dramaturgo Yehoshua Sobol. Os intelectuais e artistas fazem um apelo a "saudar a independência de um Estado palestino ao lado de Israel, segundo as fronteiras de nossa independência fixadas pelo armistício de 1949".
Os palestinos querem, hoje, o reconhecimento de seu futuro Estado nas linhas de 4 de junho de 1967, isto é, antes da guerra árabe-israelense dos Seis Dias. Um tal Estado compreenderia o Leste de Jerusalém, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.
Os signatários destacam que a carta de independência de Israel de 1948 se inspira na "resolução de partilha da ONU de 29 de novembro de 1947, que faz apelo à criação de um Estado-nação judeu democrático e de um Estado-nação árabe democrático". "O fim completo da ocupação (israelense) é condição essencial para a libertação dos dois povos" israelense e palestino, segundo o apelo.
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