O investimento necessário para suprir a demanda energética do Brasil na próxima década será de R$ 952 bilhões, de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019 (PDE 2019), aprovado nesta segunda-feira, pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Grande parte desta verba, cerca de R$ 672 bilhões, deverá ser aplicada em exploração, produção e oferta de petróleo e gás natural.
O PDE 2019 aponta que a produção de petróleo aumentará 161% e a de gás natural 187%. Para acompanhar esse “crescimento chinês” da produção de gás, os gasodutos brasileiros devem ser ampliados em 1,7 mil quilômetros. Atualmente, a malha de gasodutos têm 8,8 mil quilômetros e é 54% maior do que em 2003.
A rede de transmissão, que garante o intercâmbio de energia elétrica entre as regiões brasileiras, também será fortalecida com R$ 39 bilhões. Isso porque as linhas de transmissão terão de ser capazes de suportar uma ampliação de 53% da oferta de energia, que saltará de 539 terawatts hora (TWh) em 2010 para aproximadamente 830 TWh em 2019.
Estão previstas, por exemplo, a integração Manaus– Macapá, e a interligação Manaus – Boa Vista, que irá integrar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A extensão atual do sistema de transmissão brasileiro é de 97 mil quilômetros, 28,9% maior do que em 2002.
Aumento na demanda – Com o objetivo de compreender melhor esse aumento gradativo na demanda de energia, os técnicos do MME explicam que, se fossem convertidas todas as formas de energia em “Toneladas equivalentes de petróleo”(Tep), o Brasil teria consumido 228 milhões de toneladas em 2010 e chegará a 365 milhões em 2019, o que corresponde a crescer a uma taxa anual média de 5,4%.
Ainda de acordo com o PDE 2019, a demanda de biocombustíveis terá aumento médio anual de 9,8% para o biodiesel e 8,7% para o etanol, implicando investimentos de R$ 66 bilhões em um futuro próximo.
Produção de etanol - A produção de etanol tem acompanhado esta evolução da demanda. Na safra 2010/11, atingiu 28,5 bilhões de litros, aumento de 12% em relação à safra anterior. A produção nacional de etanol passou de 14,6 bilhões de litros na safra 2003/04 para 25,9 bilhões de litros em 2009/10.
Essa ampliação da oferta de etanol, biocombustível que reduz as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 61%, acompanha a evolução da comercialização de carros bicombustíveis (flex fuel). Foram comercializados, desde 2003, 10,3 milhões de veículos flex-fuel (69% do total). Em 2009, com a venda de 2,7 milhões de unidades, a participação foi de 88% do mercado.
Fonte: Brasília Confidencial
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