Idas e vindas, versões conflitantes e troca de acusações envolvem a retirada de areia das margens do Rio Siriema, localizado no município de Caridade. Moradores do distrito de Siriema alegam que a empresa que atua ali está causando degradação ambiental, enquanto mostram o aval da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) para continuar atuando.A Semace embargou, na última segunda-feira, a retirada de areia para fins comerciais do Rio Siriema. O embargo foi feito depois que moradores do distrito de Siriema, com o apoio do Ministério Público de Caridade, enviaram ao órgão um abaixo-assinado e fotografias que mostravam a degradação ambiental que estaria sendo provocada pela retirada da areia das margens.
No início, o economista Francisco Landim Barrocas, um dos signatários do abaixo-assinado, ficou feliz com a notícia. Segundo ele, a retirada da areia pela empresa acontecia há mais de dez anos, sem qualquer controle por parte dos órgãos de fiscalização ambiental. O problema é que, ao visitar a mãe no distrito de Siriema, na manhã de ontem, constatou que os caminhões continuavam retirando a areia como se nada tivesse acontecido.“Segundo as pessoas com quem conversei, eles estão aqui desde as 4 horas da manhã. O ritmo da retirada de areia é abusivo. São 25 caminhões tirando areia todos os dias, derramando óleo na beira do rio. A vazão de água do Rio Siriema está diminuindo, as oiticicas e os juazeiros estão morrendo. Se continuar assim, o rio vai acabar secando”, teme.
A empresa José Aires Girão tinha licença ambiental da própria Semace até 12 de maio de 2010 para explorar a área. Nas fotos enviadas pelos denunciantes, percebe-se o estado de erosão da área. As fotos mostram plantas com as raízes expostas, pequenas lagoas se formando no leito do rio, que vai se tornando um fiapo de água devido ao assoreamento. Uma embalagem vazia de óleo foi deixada na areia, ainda na entrada para a jazida e próximo à placa que exibe a licença concedida pela Semace.
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