247 - Ambientalistas alertaram sobre o perigo que correm as áreas e comunidades amazônicas por medidas adotadas por Michel Temer em favor do agronegócio, um de seus pilares políticos em um momento que tenta sobreviver a uma denúncia de corrupção. Nas últimas semanas, Temer sancionou várias medidas prejudiciais à região. A última delas, um programa para legalizar terras federais invadidas em áreas protegidas e paralisou o processo de criação de terras indígenas e quilombolas. As duas iniciativas se somam a outra medida debatida no Congresso: a redução das reservas ambientais existentes.
Para Elis Araújo, pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), há uma ofensiva da bancada ruralista no Congresso e a proteção ambiental virou "moeda de troca". Os ambientalistas sustentam que legalizar a ocupação ilegal pode acarretar no grave risco de violência. Relatório da ONG Global Witness afirma que o Brasil é o país onde mais ecologistas foram assassinados em 2016 - 49 de um total de 200 em todo o mundo. A Comissão Pastoral da Terra já contabilizou 37 mortes em seis meses de 2017.
O governo transformou em lei uma Medida Provisória (MP) apresentada como uma normalização da situação dos agricultores pobres, principalmente na Amazônia. Mas os ambientalistas dizem que a lei esconde sérios riscos. A nova lei permite a reivindicação de terras tomadas até 2011 - anteriormente o limite era 2004 - e amplia de 1.500 para 2.500 hectares a propriedade estatal passível de ser comprada – por 10% do valor de mercado.
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