Em sua fala na sessão que julga denúncia da Procuradoria-Geral da República
contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro, Rodrigo Janot afirma que "tudo ia bem na
propinolândia", até que um contrato fraudulento que beneficiava Cunha foi
suspenso por dúvida jurídica; o deputado, então, usou o cargo para pressionar
pagamento de propina e recebeu no mínimo US$ 5 milhões; segundo Janot, a
denúncia contra Cunha não se baseia apenas nas delações premiadas da Operação
Lava Jato, "mas em farta prova" produzida a partir das delações
2 de Março de 2016 às 15:19
247, com agências Brasil e Reuters – O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira durante julgamento de
denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
no Supremo Tribunal Federal (STF), que o parlamentar se utilizou do cargo de
deputado para forçar o pagamento de propina.
Em sua fala ao STF, Janot disse que Cunha recebeu "no mínimo" 5 milhões de
dólares de propina por um contrato de fornecimento de navio-sonda para a
Petrobras.
Janot afirma que "tudo ia bem na propinolândia", até que um contrato
fraudulento que beneficiava Cunha foi suspenso por dúvida jurídica. O deputado,
então, usou o cargo para pressionar pagamento de propina e recebeu no mínimo US$
5 milhões, disse. Segundo Janot, a denúncia contra Cunha não se baseia apenas
nas delações premiadas, "mas em farta prova" produzida a partir das delações.
"Nada de interesse da defesa foi ocultado. No entanto, não é direito do
acusado conhecer provas que não lhe diz respeito e que tratam de fatos distintos
tratados naquele inquérito", argumentou ainda o procurador-geral, a respeito dos
recursos apresentados pela defesa do presidente da Câmara para ter acesso a
documentos durante as investigações.
Trata-se do primeiro julgamento de abertura de ação penal contra um
parlamentar investigado na Operação Lava Jato. Se a maioria dos ministros
decidir pelo recebimento de denúncia, Cunha passará à condição de réu no
processo. A ex-deputada federal Solange Almeida, atual prefeita de Rio Bonito,
no Rio de Janeiro, também faz parte da denúncia. Ela é acusada do crime de
corrupção.
Assista ao vivo:
De acordo com Janot, o deputado recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a
contratação de dois navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e
2007. O negócio foi feito sem licitação e ocorreu por intermediação do
empresário Fernando Soares e o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras
Nestor Cerveró.
O caso foi descoberto a partir de acordo de delação premiada firmado pelo
consultor Júlio Camargo, que também participou do negócio e recebeu US$ 40,3
milhões da Samsung Heavy Industries para concretizar a contratação, segundo a
denúncia.
Em outra acusação, Janot afirma que, em 2011, Eduardo Cunha pediu à
ex-deputada e atual prefeita de Rio Bonito a apresentação de requerimentos à
Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar o estaleiro, que
parou de pagar as parcelas da propina. Segundo Janot, não há dúvida de que Cunha
foi o verdadeiro autor dos requerimentos.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/219382/Janot-cita-%E2%80%9Cpropinol%C3%A2ndia%E2%80%9D-em-den%C3%BAncia-contra-Cunha.htm
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