8 de março de 2015 | 10:54 Autor: Fernando Brito
A charges de Chico Caruso deram um passo para frente, de ontem para hoje.
A de ontem, parece que trocas as bolas e põe como cozinheiros os dois principais ingredientes do “Caldeirão do Janot”, onde Cunha e Renan não estão sendo cozinhados propriamente em fogo brando.
Na de hoje, a qual muitos vão criticar pelo mau-gosto da cena de decapitação, justo no Dia Internacional da Mulher, eu prefiro ver outra coisa.
Quem é o “Exército Islâmico” do cartunista?
A mídia, inclusive seus patrões, os Marinho?
O “mercado financeiro”?
O PSDB e seu arquivado neolíder, Aécio Neves?
A Justiça não é, porque Chico sabe que nem sequer pedido de arquivamento há em relação a Dilma.
Mas a gente poderia citar outros ou imaginar ali, atrás do capuz preto o velho Fernando Henrique Cardoso, aquele que diz que Dilma “não deve ser salva”, talvez porque tenha sido eleita, coisa que os tucanos já não conseguem faz quase 20 anos, desde 1988 e mereça morrer.
São tantos e tão graúdos os que querem passar o facão na goela de Dilma que Chico poderia inaugurar ali o turbante árabe padrão “camisa do Botafogo”, com seus patrocínios tipo “classificados”.
Baita ato falho, hein, Caruso?
Você acabou de mostrar que os pretendentes a algozes de Dilma são fundamentalistas, intolerantes, violentos, sanguinários.
Retratou-os como quem quer se impor no poder abaixo de ameaças, facadas, terrorismo.
Acabou dando concretude àquilo que seu muito mais talentoso parceiro de humor e de rodas de jazz, o iluminado Luís Fernando Veríssimo, escreveu hoje, no mesmo O Globo:
Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.
Você mostrou quem é mesmo que quer degolar a Presidenta eleita pelo voto.
Parabéns, Chico, você foi verdadeiro na sua morbidez.
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